Irmão mais jovem, em um trio de conhecidos músicos da cidade, o vocalista e violonista Luiz Antônio Rodrigues, conhecido como Luizinho, morreu aos 65 anos, em uma clínica de reabilitação de Taguatinga, cerca de dois meses depois de ser submetido à operação de câncer na laringe, realizada no Plano Piloto. O início do tratamento se deu no Hospital Regional de Taguatinga, cidade fundamental para a carreira de Luizinho. Solteiro, ele deixou os irmãos Tiãozinho e Cézinha Rodrigues.
Nascido em Goiânia, Luizinho morava em Brasília desde a década de 1970. Festas de réveillon e bailes de formatura foram animados por Luizinho, que tomou parte da quase quarentona banda Squema Seis. À frente de mais de 3000 apresentações da Squema Seis, até 2002, o guitarrista e violonista Tiãozinho Rodrigues conta que Luizinho, por um período, teve carreira consolidada em Mato Grosso e, foi atuante, até recentemente, antes da pandemia, quando animava, com trios e quartetos, as férias em barracas espalhadas pelo Nordeste. Segundo Tião, o enterro será hoje, mas a família pede privacidade para o momento, e pretende uma cerimônia muito restrita, dada a pandemia.
"Convivi muito com ele, éramos muito amigos. Ele tinha uma espontaneidade e uma alegria que eram fantásticas. Como ele tocava e cantava, de vez em quando, dava uma canja, pegando o meu violão. Junto com o batera Cláudio Leola Ratinho, éramos todos muito próximos. Luizinho era daquela época de um tempo que não volta mais: participava das boas festas organizadas no Clube CIT de Taguatinga", observa o músico Alexandre Prates.
Em carreira solo, Luizinho cantou em bares de Taguatinga como Franguito e Roda d'Água. Antes, porém, teve importantes passagens pelas bandas Marca Registrada e Camilo Dande. Vizinho de Luizinho, e morador da Praça do Bicalho, o baterista (da também chamada Camilo´s Band) Ratinho foi muito atuante em meados dos anos 80, junto às animações de bailes, à exemplo da Squema Seis e da Raulino e seus Big Boys. Ele lembra do amigo: "Luizinho me deu oportunidade Tinha amizade por ele, como se fosse um irmão: sempre me deu forças e abriu caminhos. Ele era muito amigo de todo mundo. Como músico, ele gostava de cantar as músicas ao estilo do Fagner: tinha uma voz rouca, grave, forte, meio americanizada, e própria pra bolero. Tive enorme satisfação de tê-lo como amigo; uma pessoa incrível".