O Vivadança Festival Internacional, com alterações por causa da pandemia, apresenta 14ª edição no formato on-line, em parceria com o Movimento Internacional de Dança – MID. O festival recebe, entre os dias 29 de abril e 9 de maio, espetáculos de diversas partes do mundo e apresenta um olhar especial sobre a videodança. Toda a programação é aberta e gratuita para o público brasileiro, com exceção do espetáculo de abertura Dancing at dusk - um momento com A sagração da primavera de Pina Bausch, que custa R$ 10. O ingresso pode ser adquirido no site do Festival Scope
Participam desta edição, produções artísticas de 12 países: Brasil, Alemanha, França, Moçambique, Senegal, Espanha, Polônia, Togo, Namíbia, Camarões, Níger e Tanzânia. A programação também destaca produções da dança contemporânea no continente africano; mostras virtuais de produção local e internacional; batalhas de break e de MC’s; concurso de popping; ações formativas com oficinas e encontros para networking; e lança o podcast Bahia Mundo, com profissionais da dança que se estabeleceram em outros países. A programação completa pode ser encontrada no site.
Destaques do programa
Quinta- feira (29/4)
Às 20h. Espetáculo de abertura Dancing at dusk - um momento com A sagração da primavera de Pina Bausch. Disponível por uma semana. A versão será apresentada em formato de filme, produzido durante um ensaio geral do espetáculo no Senegal, que viria a estrear antes da pandemia em 2020. Uma coprodução entre Senegal, Alemanha e Reino Unido, o filme mostra a coreografia dançada por 38 bailarinos de 14 países africanos. A peça audiovisual é exibida na plataforma Festival Scope com o apoio do Goethe-Institut. O ingresso custa R$ 10. Livre.
Sexta-feira (30/4)
Às 15h. Mostra Baiana. Vídeos disponíveis até o fim do festival. Desde 2014 a Mostra Baiana de Dança Contemporânea abre o palco para novos espetáculos, colocando-os em contato com uma rede de conexões e parcerias internacionais com o objetivo de profissionalização. Em 2021, a curadora Cristina Castro e o curador convidado Thiago Cohen fizeram uma seleção dos mais recentes espetáculos de dança concebidos no período de isolamento, apresentados em uma playlist no YouTube do Vivadança. Em 8 de maio, às 17h, os coreógrafos das obras selecionadas se encontram para um bate-papo sobre os seus processos criativos que resultaram em produtos audiovisuais para a dança.
Às 20h. Espetáculo de dança e circo francês Aquele que cai. Disponível por 48h. Em parceria com o MID - Movimento Internacional da Dança de Brasília, o espetáculo francês de Yoan Bourgeois mistura dança e circo, criando um jogo que busca experimentar novos princípios físicos. Em uma plataforma de madeira suspensa e giratória, seis bailarinos realizam um jogo de equilíbrio para evitar a queda neste chão instável.
Sábado (1º/4)
Às 18h. Mostra Dança em foco. Disponível por 48h. Primeiro festival do Brasil dedicado à videodança, o Dança em Foco, sediado em Fortaleza, tem realizado suas edições on-line desde 2018, estabelecendo então um outro espaço possível para a videodança brasileira. O diretor e curador Leonel Brum apresenta uma seleção especial para o Vivadança de seis vídeos, com uma amostra do que há de melhor nessa linguagem, surgida nos últimos anos.
Às 20h. Espetáculo de dança Cellule. Disponível por 48h. Em parceria com o MID - Movimento Internacional da Dança de Brasília, o festival recebe o solo Cellule, da coreógrafa e bailarina afro francesa Nach. Na performance, ela evoca não apenas os filmes de David Lynch, mas também as obras autobiográficas de fotógrafos como Francesca Woodman, Nan Goldin ou Antoine d'Agata. As paredes desta célula são cobertas por projeções de vídeo ampliadas, de corpos entrelaçados. Nach apresenta uma versão pessoal do krump, dança codificada e hierárquica criada em Los Angeles na década de 2000 após protestos raciais.
Domingo (2/5)
Às 17h. Espetáculo 3 Irmãos. Disponível até o fim do festival. Direto da Alemanha, mas com experiência transnacional, o dançarino Raphael Hillebrand nasceu em Hong Kong e é filho de pais de origem germânica e do oeste de África. Criado em Berlim e educado através do hip hop, o artista afro-alemão usa seu multifacetado repertório cultural para formar a visão sobre hip-hop e dança-teatro. O artista compartilhará a experiência de intercâmbio com o popper baiano Tiago Bruneve, cujo resultado, uma versão brasileira do espetáculo dele (3 irmãos), será exibido no festival.
Às 20h. Exibição do vídeo dança Malou & Dominique. Disponível até 9 de maio. A produção é alemã e assinada pelo coreógrafo Mark Sieczkarek. A francesa Malou Airaudo e o compatriota Dominique Mercy encenam a narrativa de dois dançarinos que sondam o espaço entre eles e o mundo. Vestidos com trajes curiosos, eles contam a história da própria vida, do tumulto e da magia da relação entre duas pessoas.
Segunda-feira (3/5)
Às 17h. Playlist Mostra Casa aberta. Disponível até o fim do festival. Consagrada no Vivadança, a mostra ocorre há 12 anos e celebra a diversidade da dança na Bahia, acolhendo diferentes formatos - solos, duos, trios, quartetos e grupos - com o objetivo de incentivar a profissionalização de artistas da dança na Bahia. Em 2021, a curadoria selecionou um conjunto de obras em formato de vídeo que fizeram parte do universo da Mostra Casa aberta para apresentação de uma coletânea/playlist de vídeos.
Quarta-feira (4/5)
Às 19h. Projeto audiovisual Ela poema. Em três sessões diárias disponíveis por 48h até 7 de maio. Togo, Namíbia, Camarões, Níger, Senegal e Tanzânia são os países que ocupam a programação do festival pelo projeto Ela poema, que reúne literatura, cinema e dança. Com direção artística da coreógrafa espanhola Aïda Colmenero Diaz, os curtas-metragens são inspirados em poemas escritos por mulheres, criados e produzidos na África por uma nova geração de criadoras de artes cênicas.
Quinta-feira (6/4)
Às 19h. Espetáculo Deus nos acudi. Disponível por 48h. Em formato fílmico o espetáculo é protagonizado e coreografado por Pak Ndjamena, de Moçambique. Ele questiona as sociedades de consumo e o lugar do corpo na atualidade, revelados a partir de seu universo cultural. Observa como isso vem sendo perpetuado e aplicado ao longo da história, na manutenção do domínio pelo poder; onde a religiosidade secularizada, as crenças, as divindades, rituais, mitos estão interligados no cotidiano e como se fragmentam e podem ser utilizados como uma das estratégias para controle social, afetando diretamente os corpos e a sociedade como um todo, por meio de regras e padrões.
Sábado (8/5) e Domingo (9/5)
Programa Cine África. Disponível por 48h. Parceria entre o festival Vivadança e a Mostra de Cinemas Africanos, o programa exibe dois filmes africanos sobre dança na programação: Para lá dos meus passos, de Angola, e Kmêdeus, de Cabo Verde.
O primeiro acompanha a criação da peça “(Des)Construção” da coreógrafa Mónica Anapaz para a temporada de 2017 da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, quando cinco bailarinos exploram os conceitos de tradição, cultura, memória, identidade, questionando a transformação e a desconstrução destes temas nas suas próprias vidas.
O segundo gira em torno da história intrigante de um misterioso excêntrico sem-teto chamado Kmêdeus (Comer Deus) que morava na ilha de São Vicente, Cabo Verde. António Tavares, um importante dançarino e coreógrafo contemporâneo de Cabo Verde, criou uma performance baseada na vida e no mundo interior de Kmêdeus. Ele nos leva em uma viagem por sua cidade natal, Mindelo, as músicas e filmes da ilha e a celebração de seu carnaval anual.
Toda a programação gratuita, que inclui bate-papos e ações formativas com vagas limitadas, competições, e outras mostras, pode ser conferida no site.