Música

O mais novo desafio de Lia Sophia é modernizar: por um carimbó pop

Um carimbó mais alinhado à sonoridade contemporânea é uma das metas de Lia Sophia, que persegue a modernização

Trazer uma linguagem mais contemporânea para o carimbó é objetivo da cantora Lia Sophia. Contando com a ajuda de outros estilos musicais, como o pop, Lia busca difundir o ritmo amazônico entre pessoas que não possuem tanta familiaridade com o gênero. Com o lançamento do álbum Eletrocarimbó, a artista dá mais um passo no processo de modernização do estilo musical. Ao lado do DJ Lucio K, ela traz elementos da música eletrônica para as novas faixas, na intenção de levar o carimbó para todos os cantos do Brasil.

A aproximação do gênero a ritmos mais modernizados é a forma que Lia encontrou de atrair novos públicos e fazer com que mais pessoas conheçam o carimbó. “Essa linguagem contemporânea que a gente dá a essa cultura de raiz, que é o carimbó, atrai novos olhares, principalmente de um público mais jovem”, explica a cantora em entrevista ao Correio. “A música e a cultura produzida na Amazônia não podem se tornar algo apenas folclórico, a gente não pode olhar para esse tipo de música assim”, acrescenta.

História

Apesar de ser alvo de críticas por parte dos defensores do carimbó purista, Lia vê a transformação do gênero como uma forma de trazer mais visibilidade para a raiz do ritmo. “Claro, os grandes mestres do carimbó pau e corda, do carimbó puro, continuam fazendo seu trabalho. Na verdade, acho que eu contribuo para que outros olhares se voltem para eles e que outras pessoas tentem descobrir a história, o que é o carimbó, quem são os mestres, de onde vem minhas influências. Eu também trago novos olhares para essa história, que é belíssima”, pontua.

“Nelson Motta, que é um grande jornalista e produtor que conhece meu trabalho, fala para mim que eu faço ‘carimbopop’, uma mistura de carimbó com pop. Eu acho ótimo, mas as minhas influências são as raízes do carimbó. A ideia não é ser purista, a ideia é poder dialogar com o mundo e com o que as pessoas estão ouvindo agora, não adianta se fechar numa caixinha isolada e ficar perdido no tempo, na história e no espaço”, complementa a artista.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira