Para celebrar o aniversário de Brasília, as idealizadoras do projeto Baleia decidiram reunir obras de 52 artistas do Distrito Federal e Entorno em uma exposição que poderá ser visitada presencialmente, mas também estará disponível on-line no Instagram @baleiadf. Em cartaz na Infinu Comunidade Criativa, a exposição faz um mapeamento da produção de mulheres artistas do DF.
Para a mostra, Beatriz Chaves e Elisa Freitas, criadoras do Baleia, selecionaram artistas dos três ciclos realizados até agora pelo projeto. Obras como fotografias, gravuras e alguns objetos, mas também reproduções em fine art estarão disponíveis para venda e os preços variam entre R$ 38 e R$ 9 mil. Para respeitar os protocolos de segurança devido à pandemia, será permitida a presença de apenas duas pessoas por vez dentro do espaço.
Entre as artistas estão nomes estabelecidos da cena cultural brasiliense, como Clarice Gonçalves, Usha Velasco, Samantha Canovas, Raquel Nava e Luda Aquareluda, mas também jovens artistas, ainda em formação. “A gente fez um trabalho interessante no sentido de mapear. Apareceram artistas de renome, mas muitas artistas jovens em formação. Tem muita artista mais jovem, ainda estudante, para as quais essa é provavelmente a primeira exposição. A ideia era usar a verba do FAC para um fomento dessas artistas visuais”, explica Elisa.
O Baleia está dividido em quatro ciclos, dos quais três ocorreram entre 2020 e 2021, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). A cada ciclo, foi atribuída uma curadoria e uma publicação em formato de zine com a intenção de realizar um mapeamento. “Ao final do projeto, serão 80 artistas contempladas, a gente vai ter um catálogo do que as artistas visuais de Brasília estavam produzindo no momento”, explica Elisa. Cada ciclo compreende 20 artistas e um tema. A convocatória para o quarto ciclo está aberta e o edital pode ser acessado no site do projeto (www.baleiadf.com.br).
Beatriz Chaves conta que idealizou o Baleia quando se deu conta de que havia trabalhado em vários projetos, mas nunca em um dedicado apenas às mulheres. “Pensamos, então, por que não fazer uma convocatória só de mulheres, para valorizar as mulheres. Ainda existe uma discrepância com relação tanto à remuneração, quanto à oportunidade e à visibilidade. E tem várias temáticas que a gente consegue mergulhar um pouco mais fundo. Foi uma experiência completamente diferente porque, apesar de sermos mulheres, nunca havíamos trabalhado num projeto tão grande só com mulheres”, garante.
A artista Clarice Gonçalves, que esteve no primeiro ciclo, traz para a mostra a pintura O beijo da mosca, produzida durante o período de puerpério. “É uma pintura bem emblemática, fala sobre o trabalho doméstico invisível da mulher”, avisa a artista. Na tela, uma mulher sem rosto está ligada à fiação elétrica da casa. A obra foi exibida uma única vez, em 2019, na exposição Matriz, realizada no Museu Nacional da República. “Ela se encaixa nessa temática de obras que produzi durante o puerpério e é um das poucas que fiz sem referencial”, revela Clarice.
Exposição Baleia — Mulheres nas Artes Visuais do DF e Entorno
Visitação até 21 de julho, de terça a domingo, das 11h às 21h, no Infinu Comunidade Criativa (506 sul) e nas redes sociais da Baleia (Instagram e Facebook). Na exposição presencial serão permitidas apenas duas pessoas a cada visita. Não é necessário agendamento