Em São Paulo, Donizete Souza usa o grafite para promover intervenções artísticas nas laterais de veículos, principalmente Kombis. O artista urbano conhecido como Bonga Mac iniciou o projeto Kombozas no início deste ano e pretende pintar mais de 50 carros. A iniciativa busca gerar registros fotográficos sobre o processo de pintura, que serão transformados posteriormente em uma publicação impressa.
O autor deseja quebrar o recorde de mais Kombis pintadas por um artista. Se isso acontecer, o Kombozas pode participar do Guinness Book, edição que coleta os recordes mundiais.
Mas a meta vai muito além dos registros ou recordes. Segundo o grafiteiro, o projeto pretende ser um marco com a própria linguagem do grafite e da arte urbana. A ação quer colaborar com as pessoas que continuam trabalhando durante a pandemia.
O Kombozas também mostra que a criatividade e a produção artística se adaptam, mesmo em contextos como o que estamos vivendo atualmente. “Acho que é um jeito de colorir, de trazer um pouco de alegria, um pouco de cor. Colorindo, de certa forma, o cotidiano dessas pessoas”, afirma Bonga Mac.
A ação começou com uma série de pinturas em automóveis e foi ganhando proporções grandes nas redes sociais, principalmente entre moradores da periferia de São Paulo. O grafiteiro conta que a divulgação entre as pessoas é grande e muitos começam a entrar em contato com ele para a customização. E agora pessoas de outros estados também estão procurando o projeto para alterar seus veículos.
Em busca de patrocínio
O artista pretende buscar patrocínio para fortalecer o projeto e bancar os gastos que envolvem toda a produção. Além disso, parte dos auxílios seria usado para pagar os custos de participação no Guinness Book.
Sobre as pinturas que mais gosta, Bonga Mac revela: “Todas são criações novas, processos novos, histórias novas. Então, pra mim são todas preferidas. Não tem uma preferida ainda”.
Os materiais utilizados são tintas sprays e fitas adesivas para isolar os espaços que não devem ser pintados. O propósito é sempre fazer os desenhos em uma área que representa até metade da superfície do carro, em conformidade com algumas regras de trânsito.
“Geralmente, são pintadas as duas laterais. Como se fosse uma tatuagem mesmo. Isso tem gerado bastante vontade e procura da galera para customizar as peruas”, contou o grafiteiro.
*Estagiário sob supervisão de Lorena Pacheco