Um grupo de 30 artistas, boa parte deles do DF, se juntou para homenagear os 61 anos de Brasília, a serem completados dia 21 de abril, em um vídeo gravado a distância, cada um em sua casa. O projeto começou em fevereiro, quando o maestro Gilton Martinez procurou Rênio Quintas com a proposta de gravar a canção Cidade mãe.
A música foi composta em 1969, por Geraldo Eleutério, pai de Gilton, e por Antonio Soares, 85 anos, compositor do Pacotão, e faz uma homenagem ao Núcleo Bandeirante, na época conhecido como Cidade Livre. Ali moravam os operários e pioneiros que vieram construir Brasília, uma comunidade da qual próprio Geraldo, conhecido como Vira vira, fazia parte. “O Vira vira era um grande agitador cultural numa cidade que estava começando. Era tudo barro puro, não tinha teatro, tudo tinha que ser feito na rua, é uma paixão de se viver o fato de estar construindo uma grande capital”, conta Rênio Quintas. “Chamei vários artistas para cantar. A gente envolveu vozes de todos os matizes e gerações.”
No vídeo, cantam nomes como Bisa Nascimento, Renato Matos, Ellen Oléria, Célia Porto, Anna Doni, Potoka, baluarte do samba em Brasília, Volmi Batista, do Clube do Violeiro, da viola popular. “É um amplo painel das vozes da cidade”, aponta Rênio.
Gilton Martinez conta que a intenção do pai, ao compor Cidade mãe, foi lembrar como o Núcleo Bandeirante havia servido de terra-mãe para Brasília. “A letra fala do Bandeirante como cidade pioneira, cidade mãe da construção, como um museu em que as pessoas possam ver que ali BSB nasceu”, conta Gilton. Feita em menos de quatro meses, a gravação foi toda bancada por Gilton e pelos músicos e produtores, sem financiamento público.
A gravação original é de 1969 e foi registrada em um compacto intitulado Vira vira e sua gente, na voz de Zé do Xaxado. No fim do vídeo, é possível ouvir trechos dessa gravação, assim ver uma imagem do compacto. Nos anos 1990, o grupo Trem das cores também gravou a música para homenagear Brasília. Dessa vez, Gilton ficou responsável pela regimentação do material. “Meu pai foi, literalmente, um precursor da cultura em Brasília. Chegou em 1959, vindo do Rio de Janeiro. Foi locutor, apresentador de shows, compositor, palhaço, ator e fundou o primeiro parque de diversões da cidade, o Parque Show Martinez, no qual tinha luta livre e show de calouros, no Bandeirante”, conta o músico.
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