Estudos realizados por renomados institutos internacionais destacam a importância dos influenciadores digitais no combate à pandemia de Covid-19. De acordo com o SocialChorus, importante plataforma de pesquisa norte-americana, no início da crise sanitária, as campanhas de marketing de influência captaram, em média, um engajamento 16 vezes maior do que a publicidade paga em meios de comunicação tradicionais, consolidando a importância das “celebridades digitais” na divulgação das ações preventivas.
O importante papel dos influenciadores no combate à crise também foi confirmado na pesquisa Marketing de Influência em Tempos de Pandemia de Covid-19, realizada pela Youpix consultoria de negócios para a Influence Economy. O estudo contou com a participação de 554 criadores de conteúdo e 164 marcas de diversos segmentos. A pesquisa constatou que 77,5% das marcas acreditam que influenciadores e criadores podem ser bons aliados e bons interlocutores em tempos de coronavírus. A mostra revelou uma alta considerável no engajamento dos influenciadores ao abordar temas relacionados à covid-19, tornando seus posicionamentos cada vez mais relevantes perante seus seguidores.
Consciente sobre o alcance dos influencers, o escritório da Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO) promoveu, no mês de novembro, uma campanha para evitar a disseminação de fake news sobre a pandemia nas redes sociais. O plano de mídia da ação teve como protagonistas os influenciadores digitais, que atuaram na conscientização da comunidade sobre as medidas de segurança contra covid-19 e no combate as notícias falsas.
O cientista político e especialista em marketing de influência, Danilo Strano, explica que o trabalho dos influencers no combate à pandemia é utilizado em todo o mundo e apresenta resultados satisfatórios. “Nos Estados Unidos, em março de 2020, influenciadores inundaram os feeds com conteúdo incentivando a população a tomar medidas preventivas, como a higienização das mãos, o distanciamento social e a utilização de máscaras. Isso não foi uma coincidência: líderes em saúde pública do governo norte-americano recrutaram influenciadores com muitos seguidores, a fim de utilizarem suas plataformas em serviço do bem”, afirma.
De acordo com o especialista, no Brasil a estratégia também foi adotada pelas diferentes esferas de governo (federal, estadual e municipal), desde o início pandemia. “As personalidades foram utilizadas em quatro fases: no início da pandemia para conscientizar sobre os riscos da nova doença; em um segundo momento para enfatizar a importância das medidas preventivas; posteriormente, com foco nos profissionais de saúde e idosos; e, por fim, para comunicar sobre a necessidade de procurar atendimento médico logo que os primeiros sintomas surgirem”, explica.
Danilo Strano ressalta que o mercado de influenciadores digitais funciona com regras próprias. De modo geral, cada um possui o seu nicho de atuação, engajamento, público-alvo, público segmentado, níveis de aderência e uma quantidade de seguidores diferentes. Por fim, o especialista destaca que “o uso desse mercado comunicador em meio à pandemia, por parte de governos e importantes organizações, como a Unesco, é uma inovação que, seguramente, consolida os criadores de conteúdo como ferramentas fundamentais em qualquer plano de mídia que pretenda alcançar de forma mais eficaz o público online”, conclui.
Com quase meio milhão de seguidores, a empresária Melissa Agostini afirma ver o engajamento crescer, consideravelmente, após postagens relacionadas à covid-19. “Notei que todas as vezes que publiquei conteúdo sobre a pandemia, a interação foi muito maior. Com isso, tive a ideia de realizar uma campanha solidária, na qual anunciava os produtos de marcas locais, em troca de cestas básicas. A ação foi um sucesso e ganhei ainda mais seguidores. Tenho certeza que o papel dos influenciadores é fundamental para o bom resultado das campanhas de prevenção e combate à doença, tal como de outras pautas de utilidade pública”, explica.
Apesar de certa resistência, o uso de influenciadores para comunicar sobre assuntos sérios, como os que envolvem saúde pública, mostra-se uma ferramenta atual, eficiente e, a cada dia, mais profissional.
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