Há exatos 27 anos, em 5 de abril de 1994, os jornais noticiavam a morte de Kurt Cobain por suicídio. Com a partida prematura, aos 27 anos, o vocalista do Nirvana entrou para o Clube dos 27, composto por talentosos ícones da música que morreram com a mesma idade. Além de relembrar os clássicos, aos fãs resta imaginar como seria se ainda estivessem vivos e criando. Nesse intuito, o projeto Fitas Perdidas do Clube dos 27 (Lost Tapes of the 27 Club), lançou nesta segunda-feira (5/4) a canção Drowned in the sun, criada a partir de uma Inteligência Artificial (AI -Artificial Inteligence), para homenagear o estilo de composição de canções como Smell like teen spirit, Come as you are, The man who sold the world e outros eternos clássicos do punk rock e do movimento grunge estadunidense.
Lost Tapes Of The 27 Club
Um sistema de AI, baseado no Magenta AI do Google, escreve canções inspiradas no estilo de artistas que morreram aos 27 anos, entre eles Jimi Hendrix, Jim Morrison e Amy Winehouse. Como o mais recente, e 4º lançamento do projeto, a composição póstuma de Cobain surgiu a partir de uma análise minuciosa de 30 músicas do Nirvana, grande parte idealizadas pelo músico.
Entre os elementos de produção musical, a tecnologia estudou as mudanças de acordes, harmonias, riffs de guitarras, solos, ritmos de bateria, letras e vocais. Drowned in the sun (Afogado no sol, em tradução literal) tem apenas os vocais humanos, que foram gravados por Eric Hogan. De acordo com a revista Rolling Stone, o músico faz parte de uma banda de tributo ao Nirvana.
Ode à saúde mental
Apesar de homenagear o legado de estrelas da música, o Lost Tapes of The 27 Club destaca a importância da manutenção da saúde mental, que já fez várias vítimas dentro e fora deste meio artístico. “Para mostrar ao mundo o que foi perdido para esta crise de saúde mental, usamos a inteligência artificial para criar o álbum que o clube dos 27 nunca teve a chance de gravar. Por meio deste disco, estamos encorajando mais músicos a obter o apoio à saúde mental que eles precisam, para que possam continuar fazendo a música que todos amamos. Porque mesmo a inteligência artificial nunca conseguirá substituir o que é real”, diz a descrição da iniciativa, liderada pela organização de saúde mental Over the Bridge, com base em Toronto, no Canadá.
Sean O’Connor, membro do conselho de diretores da Over The Bridge, completou a reflexão: "E se todos esses músicos que amamos tivessem suporte de saúde mental? De alguma forma, na indústria musical, [a depressão] é normalizada e romantizada. Sua música é vista como um sofrimento autêntico", disse em entrevista à revista estadunidense Rolling Stone. Confira Drowned in the sun no canal do YouTube do projeto:
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
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