Não falta quem afirme que, para os Paralamas do Sucesso ocuparem um lugar de destaque no olimpo da música pop brasileira, foi decisiva contribuição de José Fortes, o empresário da banda. Lado a lado, ao longo de quatro décadas, Herbert Vianna, Bi Ribeiro, João Barone e ele mantiveram intacta a amizade e têm celebrado as conquistas artísticas e compartilhado momentos alegres e tristes na vida de cada um, que transcendem o aspecto profissional da relação.
Os quatro Paralamas, documentário com direção de Roberto Berlinger e Pascoal Samora, que será lançado no Canal Curta no dia 19 de abril, dá visibilidade a Zé Fortes, o menos conhecido componente do grupo. Mais que a trajetória musical do grupo, é a história da amizade entre os quatro que é contada por Roberto Berlinger e Pascoal Samora. A partir de uma conversa informal entre eles, o filme traz à tona memórias da banda e do empresário por meio de um rico material de arquivo, registrado desde os anos 1980.
Cronologicamente, o documentário mostra a formação da banda, desde que Herbert se aproximou de Bi e Zé Fortes na Universidade Rural do Rio de Janeiro; a troca do baterista Vital Dias — personagem da letra de um dos primeiros hits dos Paralamas — por João Barone; os primeiros shows e discos; a histórica apresentação no Rock in Rio de 1985, ponto de partida para o estrelato nacional e internacional; e, obviamente, a fase madura. Tudo isso tendo como trilha sonora clássicos da obra do grupo como Óculos, Meu erro, Alagados, Trac Trac, Quase um segundo e Saber amar.
Uma das passagens mais tocantes do documentário é quando os quatro comentam o acidente aéreo que tirou a vida da companheira de Herbert e o deixou paraplégico. Em seguida, a tristeza dessas lembranças e das imagens da época dão lugar à alegria proporcionada pelo retorno do vocalista e guitarrista aos palcos. “Para mim, os Paralamas são como uma turma de rua, um time, uma família”, ressalta Fortes. “No fundo, a gente é um bando de moleques ou um bando de velhos se achando moleques”, observa João Barone, em tom brincalhão, que resume tantos anos de companheirismo de música dos quatro Paralamas.
“Minha história com os Paralamas começa quando filmo o primeiro show deles no Circo Voador, em 1983. Estávamos todos no começo de nossas carreiras. Três anos depois, eles me convidaram para dirigir clipe de Alagados, que foi fundamental na minha carreira. Depois, vieram um documentário sobre a banda, em 1987, e um monte de outros trabalhos e, desde então, fomos nos aproximando e nos tornando amigos”, destaca Berliner. “São quase quarenta anos, é uma enorme admiração, não só pela obra da banda, mas pela forma solidária que eles encontraram de fazer arte, viver, se ajudar. É uma banda única nesse sentido”, acrescenta.
Sobre Os quatro Paralamas, o diretor fala: “Acompanho os Paralamas há muito tempo. Tenho muito material, não só dos shows, mas dos nossos encontros pessoais. Filmo sempre, até coisas aleatórias porque entendo que essas cenas vão ganhando novos significados com o tempo. Essa proximidade e essas imagens trazem o lado humano dessa trajetória. O documentário é sobre a vida, sobre entender como cada um se vira diante dos seus desafios. E, nesse documentário, resolvi chamar o Paschoal Samora para codirigir comigo e trazer o olhar de fora, que foi fundamental pro resultado final”.
Os Quatro Paralamas
Documentário dirigido por Roberto Berlinger e Pascoal Samara. Produção da TV Zero viabilizada pelo canal Curta! por meio do Fundo Setorial de Audiviosual.
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