LANÇAMENTO

Johnny Hooker volta ao passado em álbum para resgatar esperança

A partir desta sexta-feira (26/3), ele compartilha com o público um teletransporte musical a 2016, quando gravou o DVD 'Macumba ao vivo em Recife'

O cantor pernambucano Johnny Hooker resolveu se transportar ao passado para buscar a esperança perdida em meio à pandemia de covid-19. A partir desta sexta-feira (26/3), ele compartilha com o público um teletransporte musical a 2016, quando gravou o DVD Macumba ao vivo em Recife, resultado da turnê do primeiro disco Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito!.

“Gravamos esse registro da turnê do meu primeiro disco em 2016, em Recife, minha terra natal, porém, depois que a turnê acabou, muitos trabalhos se sobrepuseram. Deixamos esse material na gaveta. Quando chegou a pandemia, e tudo foi suspenso, pensei que era um bom momento para voltar a esse material e finalizá-lo. Acabamos (re)descobrindo que é um material lindo, de um momento histórico da minha carreira. Um momento de esperança”, explica em entrevista ao Correio.

Como forma de aquecer o público, Johnny Hooker divulgou o primeiro single. A escolha foi a faixa Abandonada, sucesso na voz de Fafá de Belém, que se juntou ao recifense na versão. “Acho que Abandonada tem a passionalidade do meu primeiro disco. E é um ponto de encontro entre o universo de Fafá e o meu”, conta. Ele ainda rasga elogios à cantora: “Fafá é um ícone da liberdade, da música, da sexualidade. Ela regravou uma canção minha num disco dela (Volta em Do tamanho certo para meu sorriso, de 2015) e eu a convidei para a homenagear de volta”.

Além de Fafá de Belém, o material tem participação especial de Otto, em Garçom, e Isaar, com quem o artista divide os vocais em Álcool, faixa do filme Tatuagem (longa-metragem de Hilton Lacerda de 2013). “Tem todas as músicas do disco (ao todo, 11), mas por conta dos convidados conta muita coisa inédita. Acabou que é um show de um disco que a gente já conhece, mas tem muito material novo”, adianta.

Duas perguntas // Johnny Hooker

Como foi se reconectar com esse trabalho?
Foi um misto de emoções! Primeiro, orgulho de ter feito algo tão bonito e do tamanho que foi para um artista que só tinha um disco! Fomos bem ousados ali, e deu um trabalho imenso, mas compensou muito, ficou forte e emocionante. A segunda coisa que a gente sente é euforia por reviver aquela noite, estar ali com aquelas milhares de pessoas vibrando, cantando, chorando. E, finalmente, dá um pouco de melancolia, por estarmos sem palco, sem shows e sem trabalho há mais de um ano.

Como foi o período de pandemia para você?
Horrível. Estamos trabalhando como dá, aos remendos, fiz algumas lives e algumas campanhas publicitárias, mas perdemos a principal receita, que são os shows. Estou o máximo isolado possível, porque tenho muito medo desse vírus. Apenas observando e com medo da situação, que está fora de controle. Torcendo para que a vacinação ande em algum momento e possamos engatinhar pra fora da pandemia.