Com o objetivo de vencer as desigualdades e estabelecer condições para a construção de políticas públicas direcionadas à mulher, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) divulgou ações para aumento da participação feminina em editais, termos e fomento e projetos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Nesta terça-feira (23/3) a pasta inicia o projeto Mulheres no Giro da Cultura, uma ação on-line transmitida pelo canal do YouTube da Secec-DF que irá oferecer atividades gratuitas envolvendo gastronomia, artesanato, produção de eventos, literatura, beleza e música.
Para além de promover o cenário para debates e novas políticas em prol do feminino, de acordo com a divulgação da proposta, as oficinas também serão lugar de união, conhecimento e transformação de vida para as mediadoras, professoras e alunas, tendo como competência principal destacar as inúmeras possibilidades de construção para o empreendedorismo cultural e criativo feminino.
Cenário da produção cultural feminina do DF
No Distrito Federal, apesar de ainda não haver um mercado equilibrado, o crescimento de mulheres em segmentos culturais tem se tornado evidente. Segundo a Secec-DF, a participação feminina no campo das artes tem sido fomentada com projetos que reforçam o papel de destaque e contribuam para a autonomia e empoderamento feminino.
“Temos uma equipe de mulheres atentas que estudam e apontam caminhos para conseguirmos aumentar as oportunidades de trabalho e geração de renda para as trabalhadoras da cultura”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Segundo a pasta, fruto de uma visão estratégica, o trabalho desenvolvido considera a grande diversidade existente entre as mulheres, e busca atendê-las de modo justo e igualitário. Confira alguns do projetos:
Editais
Entre os editais promovidos para a finalidade, estão Planaltina Arte Urbana e Encontro do Grafite. No último, a Secretaria afirma que foi realizada a reserva de vagas femininas, em consonância com o Art. 5º do Decreto nº 38.933/2018 (fomento à cultura) e a Portaria nº 58 de 2018, que institui a política de Equidade de Gênero na Cultura.“Nossa expectativa é de que aumente o número de mulheres selecionadas nos editais voltados para a arte urbana”, afirma a subsecretária de Economia Criativa, Érica Lewis, que viu esse dado se refletir na visibilidade de mulheres no grafite, segundo o material de divulgação.
Em outros, como o FAC Visual Periférico e o Aldir Blanc Gran Circular, foram criadas pontuações extras para o gênero feminino e mulheres negras, índias e quilombolas. “Acredito que a vontade de ver mais mulheres exercendo papéis de liderança na cultura é o que nos motiva a trabalhar em prol da equidade de gênero. Como mulheres, precisamos exercer não só a sororidade, mas exaltar a pluralidade e a diversidade cultural existente na população feminina do DF”, destaca a subsecretária de Difusão e Diversidade e Cultural, Sol Montes.
Políticas femininas
Apesar da crise instaurada em 2020, segundo a instituição, houve aumento da participação e mobilização feminina entre agentes culturais e profissionais de economia criativa do DF. No Fundo de Apoio à Cultura (FAC), a contemplação feminina totalizou 36% nos editais lançados no ano passado, caso do Apresentações on-line, Regionalizado e o grande destaque, Prêmio FAC Brasília 60.
Na política de execução de Termos de Fomento, executados pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), a seleção de projetos foi feita com o foco em capacitação de agentes culturais e formação de novas profissionais da cultura. Com cerca de R$ 890 mil injetados em projetos exclusivos para mulheres, foram oferecidos diversos cursos on-line de capacitação.