COVID-19

Começam os testes de vacina em crianças

Com milhões de adultos vacinados contra a covid-19 nos Estados Unidos, a Moderna concentra os esforços, agora, na imunização infantil. Por meio de um comunicado, a empresa americana de biotecnologia anunciou ter iniciado os testes clínicos de seu fármaco em crianças com idade entre 6 meses a 12 anos, e que espera envolver cerca de 6.750 participantes. “Estamos felizes em iniciar esse estudo de fase 2/3 do mRNA-1273 (o nome do produto) em crianças saudáveis nos Estados Unidos e Canadá”, declarou o CEO da empresa, Stephane Bancel.
Na nota, Bancel destaca que o ensaio ajudará a avaliar “a possível segurança e imunogenicidade (capacidade de induzir a produção de anticorpos, ndlr)” do imunizante. As autoridades de saúde americanas afirmam que o número de crianças que se infectaram com a covid-19 é menor do que o de adultos, mas elas podem se infectar e propagar o vírus.
Nos dois países em que o imunizante está sob avaliação, a maioria das crianças contaminadas apresenta sintomas leves ou mesmo é assintomática. Autoridades de ensino dos EUA estão pressionadas a reabrir completamente o quanto antes, mas muitas dizem que precisam de dias escolares mais curtos para cumprir com as normas de distanciamento social.
A Moderna informou que 17,8 milhões de adultos nos Estados Unidos já receberam a sua vacina, em um momento em que o país tenta intensificar seu programa de imunização contra a pandemia de coronavírus. Atualmente, país está vacinando cerca de 2,2 milhões de pessoas por dia — quase 65% dos americanos maiores de 65 anos já receberam pelo menos uma dose das vacinas.

Oxford

Enquanto a Moderna amplia horizontes, o consórcio Oxford/AstraZeneca lida com desconfianças, por conta de efeitos colaterais graves atribuídos a sua vacina. Ontem, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reiterou sua convicção nos benefícios do imunizante, cuja eficácia está sob análise da Organização Mundial de Saúde (OMS) por suspeita de provocar trombose. “Seguimos firmemente convencidos de que os benefícios da vacina da AstraZeneca na prevenção da covid-19, com seu risco associado de hospitalização e morte, superam os riscos sobre estes efeitos colaterais”, disse a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke. Pelo menos 15 países, incluindo Alemanha, Espanha, França e Itália, suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca preventivamente, depois que problemas sanguíneos foram relatados.
“Até o momento, não há provas de que a vacinação tenha causado essas afecções. Não apareceram nos testes clínicos e não contam como efeitos colaterais conhecidos, ou esperados”, afirmou Cooke, acrescentando que a EMA leva a situação “muito a sério”.
Ao ser perguntada sobre as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, Emer Cooke informou que estão sendo analisados os efeitos adversos graves em “todas as vacinas”.
“Não queremos que as pessoas entrem em pânico e, por enquanto, recomendamos que os países continuem a vacinar com a AstraZeneca”, orientou, por sua vez, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan. “Até agora, não encontramos uma ligação entre estes eventos e a vacina”, acrescentou.