ASTROLOGIA

Astróloga explica importância do mapa natal: "Ajuda a aproveitar tempo que temos aqui''

Renomada astróloga canadense Chani Nicholas, que está lançando o livro 'O poder do seu signo: Astrologia moderna para autoconhecimento, espiritualidade e sucesso', conversou com o Correio sobre a obra

Adriana Izel
postado em 23/03/2021 06:00 / atualizado em 23/03/2021 09:20
 (crédito: Editora Pensamento/Divulgação)
(crédito: Editora Pensamento/Divulgação)

Conhecimento milenar, a astrologia divide opiniões. Há quem siga os preceitos fielmente, há quem não resista a ler o horóscopo e há quem não acredite na prática. A questão é que o estudo dos astros ganha a cada dia mais adeptos em busca de um conceito disseminado nos últimos tempos: o autoconhecimento.

O processo de investigação de si mesmo se dá na astrologia por meio da interpretação do mapa natal, que organiza os astros e os signos no momento em que a pessoa respira pela primeira vez fora do ventre. “O mapa natal ajuda a contextualizar quem somos e por que estamos aqui. É uma tradição que julga a qualidade da nossa vida, mas não nos julga do ponto de vista moralista. Declara quem nascemos para ser e oferece opções infinitas para articular nossas necessidades e acessar nossos dons”, explica Chani Nicholas, conceituada astróloga canadense, em entrevista ao Correio.

Mais do que saber se uma pessoa é do signo de áries, peixes ou sagitário, o mapa natal é uma espécie de guia sobre as características e as energias disponíveis naquela pessoa e como ela pode usá-las em cada área da vida. Incluindo interpretações sobre os momentos mais propícios para tomar uma ou outra decisão. “É uma fonte de validação para muitos de nós, um santuário que nos diz que somos perfeitos sem desviar os olhos dos aspectos que precisamos trabalhar para crescer, desenvolver ou curar. Entender nosso mapa nos ajuda a aproveitar ao máximo o tempo que temos aqui”, complementa.

Para leigos

Em busca de compartilhar esse conhecimento de uma forma acessível, Chani Nicholas lançou o livro O poder do seu signo: Astrologia moderna para autoconhecimento, espiritualidade e sucesso. A proposta é ajudar o leitor a interpretar o próprio mapa natal a partir do signo solar, a Lua e o ascendente, três pilares da astrologia pessoal. O Sol dá detalhes sobre como e onde cada pessoa precisa e pode brilhar. A Lua diz como cada um pode cumprir da melhor maneira o objetivo de vida no dia a dia, pelas necessidades físicas e emocionais. Enquanto o ascendente revela o tipo específico de motivação para viver.

“No livro, e também em meus outros trabalhos (o app CHANI e os workshops), tento ensinar do ponto de vista prático. Se eu puder usar algo imediatamente, posso entender e talvez até lembrar. Sei que se eu explicar os conceitos astrológicos com uma linguagem clara e com metáforas relevantes, as pessoas estarão mais propensas a colocá-las em uso”, define a autora de O poder do signo. Para isso, ela busca exemplos conhecidos do leitor, com os mapas da pintora mexicana Frida Kahlo e da poetisa estadunidense Maya Angelou, uma canceriana e uma ariana, respectivamente.

A astrologia apareceu na vida de Chani pela primeira vez quando ela tinha apenas 12 anos. Naquele momento, ela percebeu que o conhecimento teria influência na vida dela. Entretanto só muitos anos mais tarde resolveu se dedicar à prática como um ofício. “Resisti em fazer da astrologia minha carreira. Foi depois de abandonar alguns programas de mestrado que finalmente decidi seguir a astrologia como minha vocação e abracei meu propósito de me comunicar por meio da astrologia”, explica.

Signos e seus estilos

Áries: independente, voltado para a ação
Touro: estabilizador, com os pés no chão
Gêmeos: comunicativo, curioso
Câncer: sensível, carinhoso
Leão: expressivo, criativo
Virgem: crítico, reflexivo
Libra: social, simpático
Escorpião: intenso, penetrante
Sagitário: aventureiro, positivo
Capricórnio: estável, reservado
Aquário: intelectual, perspicaz
Peixes: intuitivo, criativo

Planetas e os papéis

Mercúrio: o mensageiro
Vênus: o amante
Marte: o guerreiro
Júpiter: o sábio
Saturno: o chefe
Urano: o revolucionário
Netuno: o sonhador
Plutão: o transformador

Fonte: Chani Nicholas

O poder do seu signo: Astrologia moderna para autoconhecimento, espiritualidade e sucesso
De Chani Nicholas. Tradução: Denise de Carvalho Rocha. Editora Pensamento, 294 páginas. Preço: 41,99.

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Novo ciclo começou

 (crédito: Arquivo Pessoal)
crédito: Arquivo Pessoal

Astrologicamente falando, o ano de 2021 se iniciou apenas em março, quando o Sol chega ao signo de Áries, o primeiro do zodíaco. Mais especificamente, às 6h37 do último dia 20. Para a canadense Chani Nicholas, esse novo ciclo será de grande peso das decisões tomadas em 2020. “Não precisamos da astrologia para nos dizer que a nossa capacidade de viver de forma sustentável neste planeta está em um ponto crítico. É bastante claro que a conta está vencida, e o peso das ações anteriores está pesando sobre nós. De todas as maneiras que pudermos, devemos aproveitar a emoção de viver com propósito, honestidade e sem tempo a perder”, define.

A cobrança à qual Chani se refere tem explicação na movimentação dos astros. O astrólogo brasileiro André Mantovanni, autor de Os astros guiam o seu destino e colaborador em Almanaque do pensamento, revela que, na astrologia, o ano de 2021 será uma espécie de continuação de 2020, devido ao ciclo de Saturno iniciado em 2017 no signo de Capricórnio. O planeta se refere à responsabilidade, à disciplina e à estruturação. “Saturno nos faz entender que neste momento a humanidade precisa aprender com a sua responsabilidade individual. É um momento de rever o velho jeito de lidar com o mundo. Ele nos pede responsabilidade e amadurecimento. A gente vê que nos últimos anos houve guerras políticas, problemas econômicos mundiais... Tudo que mexe com a estrutura de um povo envolve Saturno”, analisa.

Vale lembrar que no ano passado houve a chamada grande conjunção entre Júpiter, Saturno e Plutão, em que muitos astrólogos disseram poder explicar a crise pandêmica, por se tratar de planetas que falam de transformação radical (Plutão), de responsabilidade (Saturno) e das leis (Júpiter). Posicionamento semelhante ocorreu durante o período da Segunda Guerra Mundial. “Todas as grandes mudanças na sociedade são marcadas por períodos sombrios. É como se fosse tirar a sujeira que está embaixo do tapete. Tudo isso para uma nova consciência emergir”, comenta.

Outro aspecto importante de se avaliar 2021 é a regência de Vênus, planeta ligado ao afeto, ao amor e aos valores. “Será um ano em que a gente poderá prestar atenção nas relações pessoais, tanto familiares quanto amorosas. É um ano para pensar justamente sobre isso: onde ficam os valores depois deste processo de pandemia?”, questiona Mantovanni. Ele destaca que Vênus trata das questões monetárias. “Essa pode ser uma preocupação muito grande, como fica a economia. Pela astrologia, só vamos conseguir respirar aliviados em 2022. Este ano será uma continuação do que vivemos em 2020”, completa.

O ano será marcado, ainda, por quatro eclipses: dois lunares em 26 de maio e 19 de novembro, e dois solares, em 10 de junho e 4 de dezembro. “Os eclipses sempre seguem nessa linha de transformação. É uma oportunidade de evolução”, explica. Também haverá três retrogradações de Mercúrio. A primeira aconteceu entre 30 de janeiro e 20 de fevereiro. As demais ocorrerão entre 29 de maio e 21 de junho e entre 29 de setembro e 17 de outubro. É o momento em que o planeta aparentemente “caminha para trás”, criando tensões nas áreas de comunicação e tecnologia. “É uma oportunidade de olhar de novo para algo. Todo ano a gente passa pela retrogradação de Mercúrio. É um tempo favorável de rever as coisas que ficam pelo caminho. É um período de mais cuidado. Mas não tem por que se amedrontar. É só preciso ficar atento e usar a astrologia como uma grande bússola”, acrescenta.

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