Música

Alberto Salgado homenageia o Correio: 'trago em minha memória em forma de canção'

A decisão de fazer a homenagem veio a partir da memória afetiva, e também como forma de louvar a imprensa alternativa na personificação do Correio

Isabela Berrogain*
postado em 13/03/2021 12:41 / atualizado em 13/03/2021 12:42
 (crédito: Bento Viana/Divulgacao)
(crédito: Bento Viana/Divulgacao)

“Olha aê o Correio.” É assim que o compositor e cantor Alberto Salgado abre a nova música de trabalho, O Correio, em que relembra a adolescência, quando vendia o jornal aos domingos. “Além de vender, a gente se divertia muito, o melhor era chegar na banca com as mãos vazias depois das vendas”, recorda Salgado. Se na época ele gritava o jargão pelo qual o jornal ficou conhecido pelas ruas de Sobradinho para anunciar o produto, hoje ele canta para denunciar acontecimentos marcantes do Brasil nos últimos tempos.

“Nada mais justo do que colocar o jornal logo no início da música e como título, porque foi onde eu comecei meu trabalho e, hoje, que trabalho com música, trago o Correio em minha memória em forma de canção também”, explica o artista. “A importância do jornal da cidade é grandíssima, não só para mim, mas para toda a cultura aqui de Brasília. O veículo sempre apoiou a arte, sempre apoiou os artistas daqui, é um grande aliado”, completa.

A decisão de fazer a homenagem veio a partir da memória afetiva, e também como forma de louvar a imprensa alternativa na personificação do Correio. Em versos como “só quem fala é a imprensa” e “mídia é quem fala por nós”, os compositores da música, Alberto Salgado e Manoel Herzog, retratam um momento da história em que a imprensa é a principal representante do povo, fazendo o papel de porta-voz da sociedade. “Se não fosse a imprensa, o que seria de nós nesse momento?”, indaga Salgado.

 
 
 
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Composição

Segundo os autores, a faixa é uma música de protesto e uma homenagem, também, a Marielle Franco, Anderson Gomes, Amarildo Dias de Souza, Teori Zavascki e “tantas outras pessoas vítimas de injustiças muitas vezes cometidas pelo próprio Estado”. O tributo é feito de forma explícita durante a canção, com Salgado cantando “chumbo, fel, morte em série. Teori a Marielle”, trecho que muitas vezes pode soar como “teoria Marielle” propositalmente.

O Correio, que é um “rap meio repente”, de acordo com Salgado, teve o pré-lançamento nas redes sociais do cantor, na versão acústica. A música oficial, que é mais energética, assim como a letra, e traz fortes sons da bateria, já está pronta e será lançada em breve.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

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