Antes de Wakanda invadir o audiovisual e trazer o protagonismo negro, outro reino africano se destacou no cinema por motivo semelhante: Zamunda, do rei Jaffe Joffer (James Earl Jones) e do príncipe Akeem (Eddie Murphy) apresentado em Um príncipe em Nova York, de 1988. Mais de 30 anos depois, esse império volta aos holofotes com a sequência do longa-metragem que estreia, hoje, na Amazon Prime Vídeo. A comédia tinha previsão de lançamento nas salas no ano passado, porém teve que mudar os planos devido à pandemia e, agora, chega exclusivamente no streaming.
Um príncipe em Nova York 2 é uma produção totalmente nostálgica. A maior parte do elenco do filme original está de volta, assim como os roteiristas Barry W. Blaustein, David Sheffield e Kenya Barris, que trabalham em uma história escrita também por Justin Kanew. A novidade fica por conta da direção de Craig Brewer, amigo de Eddie Murphy, em Meu nome é Dolemite, da Netflix.
Até por isso, a sensação de que o filme passa ao espectador é de teletransporte no tempo. Por mais que exista uma nova história, a atmosfera do longa-metragem dos anos 1980 está lá, com o humor que caracterizou Murphy e a leveza que destoa de produções com elenco majoritariamente negro, em que o tema costuma ser as dores. “Temos um histórico sombrio, então quando ele aparece na tela, muitas vezes é pesado. Um príncipe em Nova York não era nada disso”, afirma Eddy Murphy em entrevista ao Los Angeles Times, destacando que o humor ainda é a atmosfera da sequência.
Enredo
A narrativa do novo filme se passa 30 anos depois dos acontecimentos do primeiro. O longa-metragem apresenta a família de Akeem e Lisa (Shari Headley), casal que enfrentou tudo para ficar junto, completamente acostumada a Zamunda. Porém o ainda rei Jaffe tem uma preocupação sobre quem poderá assumir o título após o filho, já que Akeem teve três filhas: Meeka (Kiki Layne), Omma (Bella Murphy) e Tinashe (Akiley Love).
Nesse contexto, há uma revelação de que o príncipe teve um filho em Nova York, o jovem Lavelle Junson (Jermaine Fowler), de 31 anos. É a partir daí que a história de quase duas horas toma corpo. Ao lado do fiel escudeiro Semmi (Arsenio Hall), Akeem retorna a Nova York em busca de encontrar o herdeiro e treiná-lo para um dia ser o rei de Zamunda.
De certa forma, Um príncipe em Nova York 2 se apropria da história original. Em diversos momentos, o longa-metragem espelha cenas do passado, numa ode ao primeiro. Isso abraça o público antigo e não prejudica uma nova audiência. O enredo também é parecido, as histórias de Akeem e Lavelle têm caminhos diferentes, mas acabam desembocando no mesmo resultado.
Como muitas das produções dos anos 1980, o filme foi feito com o intuito de ser apreciado pela família ao melhor estilo conhecido no Brasil como “Sessão da tarde”. Até porque a grande mensagem da história passa pela construção dos laços familiares. Tudo isso com o humor trash que colocou Um príncipe em Nova York hoje entre os filmes cults da época.
Trailer de Um príncipe em Nova York 2
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