Chega em março às telas o filme/espetáculo À espera de Godot, uma remontagem do clássico tragicômico de Samuel Beckett escrito no período pós-Segunda Guerra Mundial. Gravada no teatro vazio da Funarte e em uma pedreira em Samambaia, a produção integra um edital emergencial de teatro virtual proposto pela própria fundação.
Criado por Diego Borges, o filme/espetáculo reúne nomes conhecidos da cena artística da capital federal e é co-produzido pela Claraboia Filmes. No elenco estão os atores Rodrigo Lélis, André Araújo, Diego Borges, Marcelo Pelucio e Roberto de Martin sob a direção de William Ferreira e Danilo Borges (diretor de fotografia) e a produção de Guilherme Angelim (Guinada Produções).
Apesar de remontar um texto do século XX, estreado em 1952, o trabalho, em fase de pós-produção, vai além do teatro e propõe um diálogo entre as linguagens. “É muito recente essa história toda do teatro virtual. A gente queria fazer mais do que um espetáculo filmado, por isso mesclamos as linguagens. Convidamos a Claraboia Filmes, uma empresa parceira aqui de Brasília que assina a direção de fotografia, e encontramos uma fusão perfeita entre o teatro e o cinema. Além disso, a ideia é pensar em um filme/espetáculo que extrapola o palco e o teatro filmado e possa cativar outros públicos”, explica Diego Borges.
Ao propor o projeto, Borges também estabeleceu um paralelo do texto de Beckett com o momento político, social e econômico. “Fala sobre a espera e faz essa alusão ao momento que a gente está vivendo. Achei que esse momento era ideal para falar também sobre a esperança e, no fundo, o espetáculo fala sobre isso, sobre a espera por um futuro melhor, um país melhor. Não é uma espera enquanto frustração ou desistência. Podem nos tirar tudo, mas nunca pode perder a vital necessidade de esperar e acreditar que algo vai ser melhor”, comenta o ator.
O material está em fase de pós-produção e será lançado como parte de um festival da Funarte em março. Contudo, o objetivo de Diego e de todo o elenco de À espera de Godot é que o filme/espetáculo ganhe vida para além do festival e possa ser encenado, futuramente, em um teatro com a presença do público.