Audiolivro

Lua conta a história de Brasília em audiolivro que será lançado nesta sexta

Projeto 'A lua curiosa e o Planalto Central' é o primeiro da jornalista e escritora Marina Oliveira dedicado ao público infantil

Lisa Veit*
postado em 26/02/2021 06:00
 (crédito: Zuleika Souza/Divulgação)
(crédito: Zuleika Souza/Divulgação)

Hoje, 26 de fevereiro, a lua cheia que paira sobre o céu de Brasília chega ao imaginário do público, compartilhando suas hipóteses e perguntas sobre o que viu surgir aqui ao longo do tempo. Cheia de curiosidade, a protagonista dessa história desce do firmamento para investigar, ouvir e, por fim, contar a própria versão do desenvolvimento da cidade, que surge em “um quadradinho de chão no coração do Brasil”. A data marca o lançamento do audiolivro em 3D, A lua curiosa e o Planalto Central, primeiro projeto infantil da jornalista e escritora Marina Oliveira, que combina narração, ilustração e diversidade musical; e que, apesar de dedicado ao público infanto-juvenil, promove o encontro de diferentes gerações com elementos brasilienses, candangos e cerratenses. A obra será disponibilizada nas plataformas Tocalivros e Ubooks; e o EP da trilha sonora original, nas plataformas de música.

Alguns detalhes autobiográficos se camuflam na narrativa e, para identificá-los, é interessante que o público conheça um pouco da trajetória da autora, que também assina as obras Debaixo dos ipês — crônicas afetivas; Baile de máscaras e Jogo de cartas. Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB), ela é neta de pioneiros na construção da capital federal, que chegaram aqui em 1957. Por ter sido criada muito próxima aos avós, acabou absorvendo essas histórias.“Meu avô era um grande contador de causos. Ele sempre tinha anedotas sobre a construção de Brasília. Aquilo ficou comigo desde pequena”, conta a escritora. A partir dessas experiências, teve vontade de produzir algo sobre a pólis em que foi criada e que passou a admirar.

Música

Ainda incerta sobre o que seria esse projeto (que hoje define como “o mais ambicioso e querido”), em 2016 decidiu matricular-se na Escola de Choro Rafael Rabello. O pandeiro foi o instrumento escolhido e, no livro infantil, o objeto musical redondo, como a lua cheia, também é o favorito da personagem. No entanto, antes de ser forte referência neste projeto mais recente, a ligação de Marina com a música serviu de mote para torná-la produtora de outro: o Estação de Choro, que começaria anos depois, em 2019, a espalhar a cultura do gênero musical por Brasília.“Apesar do livro passar por vários ritmos, ele acaba tendo uma influência do choro de ponta a ponta. A própria lua é apresentada à música pela primeira vez por meio do choro, sendo essa uma alusão a Dilermando Reis, professor de música da família Kubitschek, que, na época da construção, fez serestas e saraus sob o teto do Catetinho”, explica.

A trilha sonora instrumental do audiolivro, com direção assinada por Matheus Donato, passeia também pela consolidação dos diversos gêneros musicais que embalam a trajetória do quadradinho, entrelaçando-os aos momentos socioculturais e políticos de cada fase. “A música é muito importante nessa história”, explica.

Observar a lua cheia no céu de Brasília é quase um hábito tradicional para os moradores da capital, e turístico para os visitantes. Entre outras, essa foi uma referência simbólica que guiou a escolha da protagonista.“Todos que veem a lua cheia no Planalto Central têm a impressão de que ela está nos observando. Porque fica tão grande e tão próxima. É uma sensação que me atravessa a vida inteira. Por isso achei legal que a lua curiosa, por estar sempre bisbilhotando, conte a história sob uma perspectiva diferente”, explica. A autora revela que a escolha da personagem-narradora, com as observações e os porquês típicos das crianças, trouxe naturalmente o gênero infantil para a produção.

Além de uma homenagem à cidade, à música, e ao laço afetivo familiar, a autora destaca que o projeto é uma ode, in memoriam, à carreira e à vida do amigo, e companheiro de locução no livro, Bernardo Bernardes, cineasta brasiliense que morreu no início deste mês, aos 45 anos. Tendo realizado obras memoráveis na cidade, como o curta-metragem Viva Cassiano! (que retrata a poesia de Cassiano Nunes), Bernardes fecha, com chave de ouro, um ciclo artístico por meio da narração desta história sobre Brasília. A versão impressa do livro deve chegar ao público ainda este ano, e a autora espera que o projeto, iniciado em 2018, também chegue ao formato de animação. As ilustrações são da artista naif Anoushe Duarte, com arte gráfica de Juliano Batalha.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Lançamento do audiolivro A lua curiosa e o Planalto central

Pelo perfil do Facebook Marina — Vivendo e Escrevendo, marinavivendoeescrevendo. Hoje, às 18h30. Marina Oliveira realiza o lançamento, em formato podcast, do primeiro projeto infantil de sua carreira, A lua curiosa e o Planalto Central. O EP com canções originais será lançado no mesmo dia nas principais plataformas de música. O audiolivro poderá ser adquirido pela plataforma Tocalivros por R$ 22,50, de forma individual; e acessado pela Ubooks, com assinatura que varia entre R$ 16,90 e
R$ 18,90 (verificar se o plano escolhido contempla o livro). Livre.

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