ECONOMIA CRIATIVA

Produtora cultural Obi incentiva nova cena de hip-hop no Distrito Federal

Criada em 2018 por Kleber, Filipe Alemar e Vix Russel, a Obi era, de início, uma organização para que juntos eles pudessem unir forças para alcançar mais oportunidade

Selo e produtora cultural, a Obi é formada por artistas do Distrito Federal impulsionados pelos estudos de estudiosos, que estão trabalhando para incentivar uma nova cena hip-hop e a cultura negra. A comunidade, como gostam de referir a si mesmos, fez três lançamentos musicais e estreou um curta-metragem documental como manifesto sobre o que são e onde querem chegar.

“Obi é um fruto sagrado cultuado no candomblé”, afirma Kleber Cardoso, gerente comercial do grupo e também músico sob nome artístico Kel, ao destacar a origem da produtora. Esse fruto sagrado está plantando e cultivando sementes no DF. Criada em 2018 por Kleber, Filipe Alemar e Vix Russel, a Obi era, de início, uma organização para que, juntos, eles pudessem unir forças para alcançar mais oportunidades. “A gente precisava de uma estrutura em que a gente conseguisse ter respaldo para o nosso trabalho, mas também abríssemos portas para diversos outros profissionais”, lembra Kel.

Na época, ainda sem nome, a estrutura começou a ser montada pouco a pouco, foi do embrião da Obi, que Kel se lançou como artista e Filipe Alemar começou a carreira de produtor de eventos. Com a chancela da Obi que Vix Russel venceu um concurso da Red Bull e lançou o poderoso EP BB, segundo trabalho longo da carreira da cantora. No entanto, foi em 2020, após uma consultoria que Obi virou a chave e começou a busca por conquistas maiores. “A gente quer criar uma cena, criar conexões e redes, estratégicas, com o objetivo de fazer projetos acontecerem de forma positiva tanto para gente, quanto para quem está colaborando com a gente”, explica Caio Lourenço, gerente administrativo do selo.

Diversa

A Obi é dividida em quatro braços de atuação: Obi Music, ligada a produção fonográfica; Obi Audiovisual, que produz vídeos institucionais, curtas, clipes, entre outras ideias ligadas à área; Obi Eventos, focada em festas, shows, festivais e afins; e a Obi Lab, a parte acadêmica, que propõe a ser um espaço de capacitação técnico e intelectual em primeiro momento interno para poder basear o restante da produção da comunidade.

“Tudo isso que a gente tem apresentado como proposta foi algo que foi pesquisado com base em intelectualidade preta”, afirma Felipe Alemar, gerente artístico da comunidade. “Oferecer um pensamento e uma posição em que pessoas pretas tenham um papel importante, fundamental, central e, sobretudo, de sobrevivência e de prosperidade no futuro. O futuro sendo pensado por nós mesmos também”, completa.

Com o EP Sonho-miragem, de Jojo Baby, como o primeiro lançamento de 2021, eles se preparam por ano de muito trabalho. Com os artistas preparando novidades, entre eles Kel e próprio Jojo, que promete mais dois novos produtos. “A gente quer cada vez mais expandir essa rede, trocar, conversar e colaborar com mais pessoas e mais artistas. Para que a gente possa prosperar na cultura e levando sempre o Distrito Federal”, comenta Kel. “A Obi quer ser um local de valorização da juventude preta, a gente quer se expressar, e 2021 é o ano para isso de diversas maneiras. Estamos prontos.”, completa Alemar.

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira