O projeto encabeçado por Felipe Puperi, Tagua Tagua, faz neste sábado (30/1) a apresentação virtual do álbum Inteiro metade. Lançado em meio à pandemia o disco não teve uma turnê e esta será a primeira vez que será apresentado para o público. O show será transmitido no próprio site da Tagua Tagua. Os ingressos para obter o link são a partir de R$ 15 e dão acesso ao conteúdo exclusivo durante um mês.
“É um braço visual do disco. A ideia não era fazer um show, era fazer um novo produto relacionado ao Inteiro metade”, explica Felipe Puperi em entrevista ao Correio. O músico explicou que a apresentação foi gravada em um estúdio branco e tudo foi pensado para agregar a música que será tocada. Desde iluminação, com cores diferentes, a projeções com temáticas semelhantes a das canções, até o jogo de câmeras e como tudo foi filmado para mostrar o vocalista e a banda que o acompanha de outra perspectiva. “Um material bem exclusivo, não é para mostrar um show como qualquer outro, é para trazer uma nova experiência, como um álbum visual”, acrescenta.
O criador da Tagua Tagua pontua que para quem gostou das músicas, a apresentação que será disponibilizada no dia 30 é um material que adiciona muito. O disco será tocado na íntegra, mas segundo ele trará uma sensação diferente do que apenas ouvi-lo.”É um material para compor mais uma parte do álbum que traz uma maior proximidade do público comigo e com a banda”, reflete Felipe que também levanta que a apresentação está repleta de pequenos making ofs e detalhes que adicionam muito ao que é a experiência de assistir a Tagua Tagua.
Álbum da Tagua Tagua
O Inteiro metade é o primeiro álbum do projeto, que tem mais dois EPs e dois singles avulsos. De acordo com Puperi, ele foi pensado como um vinil e seria lançado em abril do ano passado, com uma turnê marcada de maio até julho. “Passei o ano todo de 2019 lapidando o álbum, planejando tudo, já tínhamos uma agenda de 12 shows pelo Brasil e a pandemia chegou quando estávamos na cara do gol”, lembra o vocalista que também adicionou que foi muito difícil replanejar tudo e chegar a ideia final do formato do lançamento virtual.
Organizados após o susto do início da pandemia e a remarcação ou cancelamento dos shows da turnê, Tagua Tagua mudou a data do lançamento do disco, fruto de um patrocínio da Natura Musical por meio da Lei de Incentivo à Cultura, para outubro e teve um bom retorno do trabalho de estreia. Inteiro metade entrou para lista da APCA de álbuns do ano e foi lembrados por vários veículos da mídia especializada nas listas de fim de ano.
O bom resultado também foi entre os fãs da banda. “Várias pessoas vieram me procurar afirmando que o disco foi importante para elas neste momento que vivemos, pessoas que realmente se conectaram com o disco”, comenta o vocalista. Ele entende que poderia ter rodado o Brasil mais cedo tocando as novas músicas, mas espera poder fazer num futuro próximo, assim que a situação da pandemia se normalizar. “Tomara que ainda em 2021”, pontua.
O que é a Tagua Tagua?
Tagua Tagua é um projeto solo de Felipe Puperi, o músico que foi vocalista e guitarrista da banda Wannabe Jalva por sete anos, decidiu fazer um trabalho com a própria cara, o restante do grupo apenas o acompanha nas apresentações ao vivo. “Um projeto que procura estar sempre sendo inventivo, escorrer toda a minha criatividade sem barreiras e estar aberto que tudo que está acontecendo”, afirma o criador.
O som criado é, segundo Felipe, “espontaneamente psicodélico”, mas é fruto da vivência dele como ouvinte de música, "um fruto da minha cabeça". “A psicodelia não é uma coisa que eu busco colocar na música, gosto de passear por outros terrenos”, diz o artista que tem muito interesse pela música brasileira e em reinventar o soul dos anos 1960 e 1970. As referências de Puperi vão de Tim Maia a Novos Baianos, passam por Beatles, Pink Floyd e chegam a Daniel Caesar e Kali Uchis. “O grande segredo é que eu tentei misturar todas essas vertentes no Inteiro metade”,conta.
Tagua Tagua em ‘Tagua’
“Algumas pessoas de Taguatinga já falaram comigo nas redes sociais e me marcaram em postagens, quando eu for pra Brasília tenho que fazer um show lá”, fala o cantor sobre a experiência com o público do DF. Ele também afirma que um show na cidade quase foi marcado, mas a pandemia o adiou. “Estamos esperando tanto os produtores de shows quanto o público estarem em condição de se sentirem minimamente mais seguros, mas quem não vou para capital ainda em 2021”, projeta o artista.
*Estagiário sob supervisão de Adriana Izel