Um pacote variado de atrações chegas às salas de cinema do Distrito Federal, mas ainda sem um blockbuster que bombe as bilheterias como Mulher-Maravilha 1984. São várias correntes de emoções prometidas em filmes de terror como O mensageiro do último dia, de drama (caso de Um crime em comum) e ainda na vertente documental, com as estreias de O império de Pierre Cardin e Atravessa a vida.
O mensageiro do último dia, que deve mobilizar o interesse em particular dos adolescentes, é derivado de uma publicação em quadrinhos assinada por Cullen Bunn. Estreante na direção de filmes, o documentarista de pequenos programas televisivos David Prior cerca um enredo que promete alinhar um ser maligno e a mística e recorrente perpetuação de uma lenda urbana.
Com um passado aterrador, o policial aposentado James Lasombra (James Badge Dale, de Guerra mundial Z) se vê incumbido de examinar uma sucessão de desaparecimentos de jovens numa pequena cidade norte-americana. Um grupo, com objetivos mantidos em segredo, é apontado como fator dos sumiços. Com elenco recheado por nomes populares que vão de Owen Teague (It: A coisa) a Joel Courtney (o Lee de A barraca do beijo), passando por Marin Ireland (The Umbrella Academy), O mensageiro do último dia tem o terror apoiado na evocação de uma criatura abominável.
No plano de temores muito mais realistas, dois filmes que estreiam na capital se destacam: Um crime em comum (com assegurada futura exibição na Netflix) e Unidas pela esperança. Assinado pelo argentino Francisco Márques, projetado na mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes de 2019, o longa Um crime em comum trata de violência policial, elemento que literalmente bate à porta da casa da professora de sociologia Cecília (papel de Elisa Carricajo). Ela passa a sentir culpada, depois de não abrir a porta para o adolescente Kevin (filho da empregada Nebe, personagem de Mecha Martínez). O jovem aparecerá morto, na manhã seguinte. O longa de suspense psicológico teve coprodução entre Brasil, Suíça e Argentina.
A sensação de insegurança também baliza as personagens do longa de Peter Cattaneo (Ou tudo ou nada) Unidas pela esperança. Na trama, estrelada por Kristen Scott Thomas, o temor pelas vidas dos maridos envolvidos no conflito do Afeganistão leva esposas deles a se integrarem em um coral. A produção inglesa tem enredo baseado em história real.
Nacionais
Dois longas-metragens nacionais, que se ocupam de realidades do dia a dia de jovens, também estreiam nos cinemas: Delicadeza é azul e Atravessa a vida. Ambos tratam do processo de inclusão de cidadãos numa sociedade multifacetada e desigual.Apesar de protagonizado por pessoas desconhecidas e integrantes de equipes médicas e terapêuticas, Delicadeza é azul, de Yasmin Gacez e Sandro Arieta, traz participação de personalidades como Ney Matogrosso, a chef Roberta Sudbrack e o fotógrafo BobWolfenson. Todos arregimentados para tratar do campo dos sentidos, elementos fundamentais para entender do tema central do longa: o Transtorno do Espectro Autista.
Outro documentário a chegar às salas, Atravessa a vida, é assinado pelo diretor de longas como Pro dia nascer feliz e Janela da alma, João Jardim. No novo filme, que acompanha jovens sergipanos às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o foco central acopla a vida social e escolar dos adolescentes. O longa teve a estreia oficial no 25° Festival É Tudo Verdade.