O funkeiro Leandro Aparecido Ferreira de 26 anos, o MC Fioti, viveu algo pouco imaginado em 2020: ver uma música antiga voltar ao topo das paradas. Foi o que aconteceu com Bum bum tam tam, faixa lançada em 2017 e que no período se tornou num grande hit do artista e também do cenário musical brasileiro, inclusive, virando o vídeo de música nacional mais assistido no YouTube desbancando Ai se eu te pego, de Michel Teló. Desde o ano passado, a canção voltou a figurar entre as mais ouvidas.
Isso aconteceu graças a semelhança do título e do refrão com o nome do Instituto Butantan, em São Paulo, responsável pelo desenvolvimento do imunizante CoronaVac em parceria com a China. Na internet, uma chuva de memes e paródias envolvendo a canção, o que foi impulsionado com a divulgação da eficácia da vacina e depois com o início da vacinação na capital paulista.
Ao Correio, MC Fioti conta que tem vivido uma experiência única e de muita gratidão. "Deus sabe muito bem o que faz na nossa vida. Deus tem sido muito bom comigo, cuidando da minha história. Estou muito feliz de poder estar ajudando a população com a minha música", afirma. O artista se refere ao fato da canção ter se tornado um hino em prol da vacinação. Até por isso, ele decidiu criar o remix Vacina Butantan, lançado em 26 de janeiro no YouTube acompanhado de um clipe gravado no Instituto Butantan.
Ele diz que a repercussão do lançamento tem o surpreendido. Muitas pessoas relataram ter chorado de emoção com o videoclipe. "Vi muitos comentários de pessoas falando que se emocionaram ao assistir ao clipe. Fico muito satisfeito, porque está dando certo, estamos conseguindo comunicar essa luta pela vacina", completa. Fioti também sente essa sensação de alívio: "Estou com saudades de fazer show, dos meus fãs, da interação no camarim. Também estou me sentindo muito feliz com a chegada da vacina".
Para ele, outro aspecto importante em relação a Bum bum tam tam é o fato de um ritmo antes marginalizado, o funk, ser o responsável pelo hino de esperança do momento atual. "Pra mim é um sensação de vitória. A gente sofre muito preconceito, por mais que seja um dos gêneros que mais rende acesso e streamings. Mesmo assim, é criticado, apontado como um estilo musical que não é cultura", comenta. "Hoje tudo isso que está acontecendo só prova para quem fala que funk não é cultura, que o nosso funk está ajudando na vacinação, entrou no Enem, é cultura sim", decreta.
Com o lançamento de Vacina Butantan, MC Fioti já pensa no futuro. A primeira delas é a ideia de lançar a música em versões de outros ritmos. O que ainda está na base da análise. De concreto, ele tem duas canções confirmadas: uma que conta a história a "molecada de antigamente" e outra sobre a mãe dele.
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