O premiado curta-metragem Inabitável, dirigido por Matheus Farias e Enock Carvalho, será exibido na Mostra Competitiva do Festival de Sundance, a partir desta quinta-feira (28/1). O filme ficará disponível on-line até 3 de fevereiro. O representante brasileiro no evento foi exibido em 18 festivais, incluindo o 48º Festival de Gramado, onde conquistou quatro troféus. Ao todo, o filme recebeu 12 prêmios.
O enredo traz a história de Marilene, que procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que é dada como desaparecida depois de não retornar de uma festa. Enquanto corre contra o tempo, a mãe descobre uma esperança para o futuro. A premiada atriz baiana, Luciana Souza (Bacurau, Ó paí ó, Flores raras), vive a protagonista na produção.
Completando o elenco, também estão presentes as atrizes pernambucanas Sophia William, Erlene Melo, Laís Vieira, Eduarda Lemos e os atores Val Júnior e Carlos Eduardo Ferraz. Já na direção, de forma poética, Enock e Matheus retratam a violência rotineira do país que mais mata a população LGBTQIA+.
“Quando penso sobre o filme, penso sobre o lugar em que vivemos, que, muitas vezes, nos parece inabitável. Como se não nos comportasse, não fosse um lugar de pertencimento. Pela existência de tamanhas desigualdades, intolerância e ódio. Marilene representa não só a dor das mães que não sabem se seus filhos e filhas trans vão voltar para casa, mas também a dor e indignação de pessoas que defendem a preservação da vida. Acho que da mesma forma que existe um descaso social, há também muitas frentes que se importam e defendem vidas, em relação à gênero, etnia, orientação sexual, religiosidade, classe social, etc”, reflete Luciana Souza, por meio de nota enviada à imprensa.
Já Enock Carvalho disse estar muito feliz com o fato de o filme estar na seleção oficial do Festival de Sundance. “Isso significa que muitas pessoas descobrirão Inabitável a partir de agora. Isso gera uma nova onda de pensamentos em torno do filme, novos debates e críticas. Sundance é uma maravilhosa vitrine para o cinema mundial e o filme toca em questões sobre o Brasil que são muito importantes ", afirmou o roteirista e diretor do filme.
“Estamos muito felizes com essa trajetória e é muito importante pra gente que ele continue circulando, sendo assistido e discutido. Diante de tudo o que vem acontecendo no Brasil nos últimos tempos é incrível perceber como ele reverbera de forma única por meio de cada exibição", completou Mateus, que além de roteirizar e dirigir o filme, também foi responsável pela montagem do curta ao longo de quatro meses.
O Festival de Sundance promove uma programação on-line para a edição deste ano, entretanto o acesso é restrito para os Estados Unidos.
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