Com o ano de 2021 ainda incerto, quando se trata da retomada da normalidade dos eventos culturais, a maioria das atrações musicais em formato físico estão previstas para o segundo semestre do ano, se a vacinação for ampliada. A lista é encabeçada por turnês e festivais que foram adiados no ano passado. Nas artes visuais, as suspensões de atividades também marcaram o ano que passou e galerias e artistas tentam agora se reprogramar, retomando mostras canceladas em 2020. No campo da literatura, o ano tem a perspectiva de bons lançamentos em um mercado que conseguiu certo movimento, apesar da pandemia.
Literatura
O primeiro semestre tem uma boa leva de lançamentos para ficar de olho. Neste começo de ano, as editoras incrementam seus catálogos com algumas novidades. Para este mês, a Companhia das Letras traz Menino sem passado, de Silviano Santiago, uma autobiografia na qual o autor, vencedor de três prêmios Jabuti, narra a infância no interior de Minas Gerais, entre as décadas de 1940 e 1960.Também da Companhia, chega às livrarias Três irmãs, de Jung Chang, autora do best seller Cisnes selvagens. No novo livro, a autora chinesa conta o percurso de três irmãs cujas histórias fazem parte da formação da China moderna. A Companhia também dá início, este ano, ao relançamento da obra de Carolina Maria de Jesus.
O Livro de pré-coisas, de Manoel de Barros, ganha reedição pela Alfaguara com prefácio de Maria Valéria Rezende e imagens do acervo pessoal do poeta. De olho nos jovens leitores, a Zahar lança edição especial com os contos de Mowgli, o menino que cresceu na floresta e em meio aos animais. O clássico de Rudyard Kipling tem prefácio de Rodrigo Lacerda e Alexandre Barbosa e está organizado em uma edição de bolso de luxo.
Na editora Record, feminismo e Brasil contemporâneo são temas de dois importantes lançamentos. Em maio, ela publica Esperança feminista, pelo selo Rosa dos tempos. O livro é uma parceria entre a antropóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Diniz e a freira e teóloga Ivone Gerbara. Antes, Marcia Tiburi lança Complexo de vira-lata e, em abril, Fabricio Carpinejar publica A menina alta.
Em junho, a Intrínseca deve lançar Era uma vez em... Hollywood, o primeiro romance de Quentin Tarantino. No livro, o diretor aprofunda a história dos personagens do filme homônimo. Este mês, a editora lança também Leopardo negro, lobo vermelho, de Marlon James, vencedor do Man Booker Prize em 2015. Na Todavia, a reportagem Raiva, de Bobo Woodward, finalmente chega à versão impressa, depois de ter sido lançada em e-book.
Artes visuais
Algumas galerias têm programação definida para o segundo semestre, mas boa parte da agenda ainda depende do comportamento da pandemia causada pelo novo coronavírus. O pintor Taigo Meireles se preparava para inaugurar a exposição Imago — A trama que a luz teceu em janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), mas a agenda foi reformulada e agora ele espera que o projeto seja realizado em maio. A mostra terá em média 30 pinturas nas quais o artista explora a ressignificação de imagens ultraprocessadas na cultura contemporânea. “Minha pesquisa é com o fluxo de imagens, o amálgama que essas imagens adquirem durante esse processo de modificação de uma mídia para outra, confrontando a tradição da pintura com o meio diante desse fluxo de imagens do mundo contemporâneo”, avisa o artista.
Na Referência Galeria de Arte, a intenção é expor o material que participou da edição virtual da SP Arte, além de tocar exposições de acervo. Em abril, a galeria dá início à programação das Mostras de processo, nas quais artistas convidados apresentam o processo de produção das obras que serão expostas no segundo semestre. Serão oito artistas ao longo de dois meses, incluindo nomes como Luis Mauro e Wagner Barja. O projeto estava previsto para 2020, mas foi adiado por causa da pandemia.
No final de junho, se a pandemia deixar, a feira Abra vai reunir o acervo de 14 galerias no Espaço Cultural Renato Russo. Organizado pela Referência, o projeto tem patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e consiste em quatro dias de feira com atividades formativas, oficinas e palestras com atores do mercado de arte voltadas para galeristas e colecionadores.
O Elefante Centro Cultural vai dar continuidade ao projeto de memória iniciado em 2020, e, em fevereiro, realiza exposição de Matias Mesquita e Adriana Vignoli. Como a proprietária do espaço pediu o imóvel, a galeria vai passar por reformulação. A Pé Vermelho, em Planaltina, dará início ao projeto de residências acompanhadas de curadoria. A ideia é que dure um ano e que os artistas permaneçam em residência entre dois e três meses. Em fevereiro também tem novo edital da Estrondo!, editora dedicada a livros de fotógrafas mulheres. Quatro projetos devem ser selecionados para publicação e para receber o prêmio de R$ 4 mil.
No Museu Nacional da República, mostra com obras do artista Alex Vallauri propõe uma reflexão sobre o diálogo entre o espaço urbano enquanto patrimônio e a arte do grafite. Com curadoria de Fabrícia Jordão, a exposição deve entrar em cartaz em 5 de março. Nascido na Etiópia e morto em 1987, Vallauri radicou-se em São Paulo, onde trabalhou como ilustrador, designer gráfico e artista sempre preocupado em investigar o espaço urbano como suporte artístico. Em março, o museu também recebe exposição de Macos Amaro.
Na Galeria Karla Osório, o programa de residências recomeça este mês com Moisés Patrício, que abre individual no espaço em fevereiro. Em abril é a vez de uma coletiva com curadoria de Fernando Mota e, em maio, a artista Daisy Xavier ocupa a galeria.
Shows
Otimista, o cantor Louis Tomlinson, ex-One Direction, marcou para maio as apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro da turnê do primeiro álbum solo, Walls. Os ingressos para a apresentação na capital carioca estão disponíveis no site Livepass (livepass.com.br/louis-tomlinson), enquanto os do show paulistano estão esgotados. Ingressos a partir de R$ 130 (meia-entrada).
A partir do segundo semestre, o grande destaque é a esperada turnê de despedida da banda Kiss em outubro no Brasil. As apresentações passarão por São Paulo, Ribeirão Preto, Curitiba e Porto Alegre. Brasília, que receberia os shows em 2020, acabou ficando de fora da remarcação. End of the road tour é o adeus oficial do grupo que, desde 1973, difunde o rock pelo mundo. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Uhuu (uhuu.com/v/kiss-end-of-the-road-world-tour-37) e custam a partir de R$ 150 (meia-entrada).
O cantor Michael Bublé é outro artista que teve que mudar a passagem pelo país. A turnê de 2020 foi transferida para novembro deste ano. An evening with Michael Bublé terá apresentações em Porto Alegre no dia 3, na Arena do Grêmio; Curitiba, no dia 5, no Estádio Athletico Paranaense; em São Paulo, no dia 7, no Allianz Parque; e, no Rio de Janeiro, no dia 10, na Jeunesse Arena. Os ingressos podem se comprados pelo site Livepass e variam entre R$ 820 e R$ 220.
Mesmo sem uma data oficial, o grupo McFly confirmou que virá ao país em 2021 após o adiamento da turnê de 2020. Depois de anos afastados dos palcos, o quarteto anunciou o retorno da banda com direito a lançamento de 10 faixas inéditas, Young dumb thrills. Os ingressos estarão disponíveis em breve no site Tickets for fun (ticketsforfun.com.br).
Festivais
De 25 a 27 de junho, o Instituto Inhotim, em Minas Gerais, recebe a sexta edição do Meca Inhotim, que deveria ter ocorrido em 2020. O festival, um dos maiores realizados a céu aberto, tem duração de três dias com imersão em música, cultura e arte. Os ingressos comprados para o ano passado continuam valendo. Ainda é possível comprar tíquetes de terceiro lote a partir de R$ 590 pelo site Ingresse (https://www.ingresse.com/mecainhotim2021). As atrações deste ano ainda não foram divulgadas.
Pela primeira vez, o festival Lollapalooza Brasil será realizado em setembro, em 10, 11 e 12, no Autódromo de Interlagos (SP). A edição retorna após não ocorrer em 2020 em decorrência da pandemia. Até o momento, o evento não divulgou os artistas que se apresentarão na edição, a expectativa é que o headliners do festival adiado, Lana del Rey, Guns N’Roses, The Strokes e Travis Scott, retornem em 2021. Os ingressos ainda não estão à venda.
No mesmo fim de semana do Lollapalooza, o festival brasileiro Coala, que ocorre tradicionalmente no Memorial da América Latina em São Paulo, fará a edição de 2021. Serão dois dias de evento dedicados à atrações da música brasileira. Encabeçam a lista de atrações as cantoras Maria Bethânia e Gal Costa. O restante do line-up ainda não foi divulgado, mas os ingressos estão à venda a partir de R$ 195 (para um dia) e vão até R$ 320 (passe para os dois dias), no valor de meia-entrada, pelo site Total Acesso (https://www.totalacesso.com/events/coala_fstvl_2021).
A nona edição do Rock in Rio será realizada entre 24 de setembro e 3 de outubro de 2021 no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. De encontro ao ano atípico, o festival terá como temática o lema: “Que a vida começasse agora, que o mundo fosse nosso outra vez”. O line-up do primeiro dia de evento já foi confirmado e conta com apresentações de Iron Maiden, Dream Theater, Megadeth e Sepultura e Orquestra Sinfônica Brasileira. O Dj brasileiro Alok também é outra atração garantida. Ele foi o primeiro artista a ser divulgado após a edição de 2019. A venda do ingresso antecipado, o Rock in Rio Card, começa em 9 de março pelo site do evento (https://rockinrio.com/).
Já em novembro, nos dias 13 e 14, será realizada a sexta edição do Rock the Mountain. Serão dois dias de programação em um espaço cercado pela natureza preservada da Mata Atlântica, localizado em Itaipava, região serrana do Rio de Janeiro. O line-up completo do evento foi divulgado e tem Caetano Veloso, Gal Costa, BaianaSystem, Djonga, Criolo, Alceu Valença, Black Alien, Marina Lima, Silva, Karol Conka, Raimundos, entre outros. Os ingressos já estão esgotados.
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