Criado em Brasília, o Festival Frente Feminina realiza a segunda edição em meio à pandemia do novo coronavírus. Apesar das adaptações, desta vez, a organização ampliou o enfoque do evento, dando voz às mulheres negras de todo o país.
A edição deste ano será dividida em dois momentos: a residência artística com a artista londrina Marissa Lestrade e o evento on-line. O primeiro ocorre de 8 a 22 de fevereiro, para artistas negras selecionadas na seletiva que tem inscrições abertas até domingo (24/1). O segundo será nos fins de semana de março, com programação artística virtual gratuita no canal do YouTube do festival.
“É um desafio de reelaborar toda uma estrutura que exige a presença do público e transformar isso em uma releitura audiovisual”, afirma Larissa Mauro, curadora do evento ao lado de Mariana Nunes e Shirley Cruz. Ao Correio, ela também fala sobre a composição do festival. "Tudo feito por mulheres negras. É como se fosse uma arma potente contra o racismo e contra a invisibilidade dos corpos negros.”
A programação do Festival Frente Feminina ainda está em construção. Entretanto, Larissa Mauro adianta que a Mostra ImperAtrizes homenageará Ana Luiza Bellacosta, Cristiane Sobral, Gleide Firmino e Renata Jambeiro, quatro artistas do Distrito Federal. “Será feito um documentário para cada uma delas. É uma forma de celebrar nossas vozes, das artistas negras”, pontua Larissa.
Graças à Lei Aldir Blanc, o Festival Frente Feminina divulgará, em breve nas redes sociais, um chamamento que convocará quatro artistas negras do DF para compor a programação. Entretanto, Larissa lamenta a falta de pagamento. "Infelizmente, ainda não recebemos o recurso financeiro da Secretaria de Cultura”, diz. Segundo o órgão, qualquer pessoa que não recebeu vai receber desde que sejam resolvidas as pendências cadastrais.
Residência artística
Dentro da programação do mês de março, também ocorrerá a Mostra EnCena Preta, que surge a partir da residência artística que será realizada em fevereiro com 20 artistas, das quais dez são do Brasil inteiro e as outras são do DF. “É uma atividade formativa, de capacitação, a qual o resultado será incorporado no festival em março”, garante Larissa.
A responsável pela residência será a artista britânica Marissa Lestrade, que tem um projeto africano com meninas e mulheres em vulnerabilidade. O evento será por meio do aplicativo Zoom, de 8 a 22 de fevereiro, com inscrições até 24 de janeiro, no site do Festival. “Estamos aceitando artistas negras a partir de 18 anos, mulheres trans, cis, binárias, não binárias, entre outras. Queremos abordar todas as diversidades possíveis”, ressalta Larissa.
Serviço
Festival Frente Feminina
Residência artística na plataforma Zoom e festival aberta no YouTube. Em 8 a 22 de fevereiro e durante os fins de semana de março. Festival para celebrar e homenagear artistas mulheres negras, fortalecer o movimento antirracista e empoderar corpos negros. Inscrições para a residência artística no site oficial do festival e programação aberta no YouTube. Mais informações no Instagram da Frente Feminina.
*Estagiária sob a supervisão de Roberta Pinheiro
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