Produtor e beatmaker de Brasília, Jojo Baby estreou nesta quinta-feira (7/1) a carreira solo com o EP Sonho-miragem. O primeiro trabalho em que Jojo sai dos bastidores e toma a frente é uma mistura de hip-hop com a música psicodélica e conta com a participação dos artistas Brasília Kel, PiátheKid, Aggin, Yungg Dolffo, Rellboy e Yung Drum. O lançamento possui três faixas, toda com participações especiais.
Jojo já vem maturando a ideia de se lançar como artista desde o início de 2020, quando teve as primeiras faíscas do que viria a ser o EP. “Para mim, foi uma coisa bem natural, tem a ver com a forma como eu faço música. Na maioria das vezes, primeiro eu faço o beat depois a voz. Então comecei a formular a ideia de um trabalho em que eu comandasse, eu escolhesse quem ia cantar, como ia ser a vibe, o beat e tudo”, conta o produtor. “Mas não existiria o EP se fosse só eu, eu tive a sorte de estar a frente de uma equipe incrível, que topou tudo de primeira”, continua.
O EP teve um longo tempo de preparação apenas para Jojo, que vinha pensando nele há um ano, pois a gravação e finalização duraram dois meses ao todo. “Já estava tudo pronto dentro da minha cabeça, na hora de fazer foi fácil, já estava encaminhado”, brinca o beatmaker que tem como trabalho mais recente a produção do EP BB da cantora Vix Russell. O produtor trabalha com a Obi, um selo musical e de produção de conteúdo cultural de Brasília.
Para ele, a oportunidade de ter um trabalho próprio também dá solidez a carreira de produtor, afinal “metade é o cantor, metade é o beat”, como o próprio Jojo fala. “A música é tão minha quanto de quem canta, o trabalho do beatmaker é muito subestimado, às vezes nem é creditado, ou pago. É importante, para mim, ter algo em que eu esteja a frente”, afirma o artista, que ainda se diz fascinado pelos bastidores da música e por trabalhar em produção e finalização.
“Sempre toquei guitarra, meu sonho era ser artista, guitarrista de banda rock”, lembra Jojo, que considera este o primeiro passo para uma aspiração muito maior e que guarda novidades ainda para este ano. “Vão ser dois EPs e um álbum todos este ano”, adianta o agora de sonho realizado artista.
O hip-hop psicodélico de Jojo
O mergulho na música psicodélica conversa com a infância do músico. “Veio de uma busca dentro de mim mesmo, o tipo de som psicodélico sempre foi parte minha vida, porque meus pais ouviam muito esse tipo de som quando eu era criança”, comenta Jojo. O artista percebeu que psicodelia funciona se fundida com os ritmos do trap e formam uma música que foge do grande público do gênero “Alcança todo tipo de jovem, pessoas que gostam de coisas muito diferentes podem curtir meu som”, avalia.
“Estudar esse som psicodélico, me fez buscar essa textura e essa sonoridade de sonho de você entrar uma nuvem e deixa ela te levar”, pontua Jojo. O artista quis usar o beat como um ambiente onírico para que o ouvinte fosse levado para o mundo do EP, o que funciona fazendo uma música que vez transporta quem escuta para a realidade de Jojo, mas sabe o momento de mostrar o mundo real.
Por fim, o artista chegou a conclusão de que o trap e o psicodélico se misturam na temática das letras. “O que o trapper rima é um sonho, o sonho de todo músico é conquistar fama, dinheiro e vida boa, então eles estão cantando um sonho”, reflete o produtor. “O nome Sonho-miragem vem daí, o trap canta um sonho que quando alcança vê que não era exatamente o que imaginava, e aí está a miragem”, explica.
*Estagiário sob supervisão de José Carlos Vieira
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