Quase um ano depois da consagração no Festival de Sundance, em que capitalizou votos tanto do júri oficial quanto do público, o longa Minari, filmado no Oklahoma (Estados Unidos), começa a ser vítima de suposta retaliação, uma vez que, pelo olhar da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, se viu qualificado a disputar troféus da 78ª edição do Globo de Ouro, apenas no filão de melhor filme estrangeiro.
Com anúncio oficial dos concorrentes a ser feito dia 3 de fevereiro de 2021 (e festa de premiação está marcada para o dia 28 de fevereiro), o Globo de Ouro atravessa um verdadeiro massacre virtual, dadas as reações de profissionais que saíram em defesa de uma reconsideração para o caso de Minari, dirigido pelo americano Lee Isaac Chung, nascido no Colorado e um produto da empresa norte-americana A24. O longa trata justo da adaptação de uma família de coreanos à vida interiorana nos Estados Unidos. A base para o enquadramento do filme como estrangeiro está no fato de mais de 50% dos diálogos serem em língua diversa do idioma inglês.
Na internet, personalidades recorreram ao exemplo do aspecto multicultural de títulos como Me chame pelo seu nome, Bastardos inglórios e Babel, alinhados, no passado, nas categorias centrais do Globo de Ouro. Celebrada diretora de A despedida, fita do ano passado, a chinesa Lulu Wang declarou que viu em Minari um filme "extremamente americano". Wang é a conhecida cineasta que tem como companheiro Barry Jenkins, diretor de Moonlight, título que levanta bandeiras contra preconceitos e que venceu prêmios Oscar nas categorias de filme, roteiro e ator coadjuvante. À frente da personagem Fennec Shand (da série The mandalorian), a atriz chinesa Ming-Na Wen (vista ainda em Agentes da S.H.I.E.L.D.) também saiu em defesa da reclassificação de Minari.