A ideia era fazer uma grande homenagem a Brasília pelos 60 anos com uma exposição no Salão Negro do Congresso Nacional, mas veio a pandemia e os planos da curadora Danielle Athayde precisaram mudar de forma. Brasília - Da Utopia à capital já havia passado por 12 países e fazia uma escala na Itália antes de retornar ao Brasil, diretamente para Brasília. Com o caos e o fechamento de fronteiras em decorrência da pandemia, as obras estão retidas na Itália até hoje, mas Danielle encontrou um outro jeito de exibi-las para os brasilienses. Rebatizada de Brasília Museu Aberto, a mostra vai ocupar, a partir de sexta (18/12), painéis de propaganda por toda a cidade em um formato que a curadora chama de pílulas.
Por meio de uma parceria com a empresa Alumi, proprietária de vários painéis de LED destinados à propaganda, Danielle vai espalhar fotografias e reproduções das obras de arte previstas para a exposição original por toda Brasília. São, no total, 25 pílulas de 15 segundos para levar nomes como Victor Brecheret, Maria Martins, Alfredo Ceschiatti, mas também contemporâneos como Carlos Bracher, Naura Timm e Alex Fleming aos habitantes da capital. Fotógrafos que registraram Brasília ao longo dos anos, como Peter Sheier, Orlando Brito, Rui Faquini e Mario Fontenele também fazem parte da exposição, que estará em painéis espalhados por locais como Parkshopping, EPTG, Setor Comercial Sul, circuito do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e Pontão.
Danielle acredita poder atingir muito mais público com os painéis do que se transpusesse a exposição para a internet. Segundo a Alumi, o suporte tem capacidade para alcançar dois milhões de pessoas. “A exposição virtual, pela internet, é interessante, mas eu queria inovar, trazer uma coisa que ficasse para a cidade, um projeto que deixasse um legado para a cidade, porque são 60 anos”, conta Danielle. “A gente tinha preparado uma exposição grandiosa, com um livro, com presença da orquestra sinfônica, com um grande programa educativo. Todas essas ideias tiveram que ser repensadas. Fazer a exposição nos painéis também vai ressignificar o espaço público, que antes era só publicidade.”
Para marcar o início de Brasília Museu Aberto, o artista Ronaldo Duque vai realizar uma série de projeções no prédio do Congresso Nacional nesta quinta (17/12), entre 19h e 23h. Também haverá um ciclo de palestras via internet, com representantes do Museu do Cerrado e do SESI, que patrocina a exposição. Dividida em quatro partes, as projeções de As quatro visões do Planalto Central do Brasil vai trazer os aspectos da natureza, do homem, da obra e da cidade a partir da visão de Duque. Biodiversidade, pluralidade de origens da população, arquitetura e desafios da cidade como patrimônio da humanidade são alguns dos temas das imagens. “A gente quer aproximar isso da população e essa forma digital é interessante porque atrai o público jovem”, garante Danielle.
Ciclo de palestras virtuais
Sexta (18/12), às 15h
A importância do Cerrado como Patrimônio Nacional
Com Rosângela Azevedo Corrêa (Faculdade de Educação - UnB)
Terça (22/12), às 17h
SesiLab - Arte Ciência e Ressignificação
Com Gustavo Penna (Arquiteto)
Sexta (15/01), às 16h
Patrimônio e Mídias Digitais: estratégias de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro
Com Ariadne Ketini Costa de Alcântara (Consultora de Projetos da Organização dos Estados Ibero-americanos-OEI)