MÚSICA

Bandolinista Hamilton de Holanda lança disco com orquestra sinfônica

Músico que iniciou carreira em Brasília gravou o repertório do disco no ano passado com a Orquestra Sinfônica de Santo André

Hamilton de Holanda, bandolinista que iniciou a vitoriosa carreira nacional e internacional em Brasília, mantém-se como um dos músicos brasileiros que mais investem na produção de discos. São trabalhos solo, em duo e ao lado de outras formações. O mais recente é o álbum com a Orquestra Sinfônica de Santo André, lançado virtualmente pelo Selo Sesc. Trata-se da gravação ao vivo de concerto, apresentado em novembro de 2019, na cidade do ABC paulista.

Sob o título Orquestra Sinfônica de Santo André + Hamilton de Holanda, o CD tem o bandolinista como solista, acompanhado por 70 músicos, sob a regência do maestro Abel Rocha. Há ainda a participação, em uma das faixas, de conjunto regional de choro formado por Fernando César (violão 7 cordas), Henrique Araújo (cavaquinho) e Rafael Toledo (pandeiro). O repertório traz 12 faixas e inclui composições do próprio Holanda e também de Radamés Gnatalli, do brasileiro João Guilherme Ripper e clássicos da MPB.

O programa abre com um pot-pourri que inclui Como nossos pais (Belchior), La belle de jour (Alceu Valença), Domingo no parque (Gilberto Gil) e Alegria alegria (Caetano Veloso). A faixa foi batizada de Quadros do Nordeste e tem arranjo orquestral de Guga Petri. Na sequência vêm: Concerto brasileiro para bandolim e orquestra (Hamilton de Holanda); Psalmus (João Guilherme Ripper); Capricho (Hamilton de Holanda), esta com arranjo de André Mhermari; Suite retratos (Radamés Gnatalli), com tributos a Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga; Guerra e paz (Hamilton de Holanda) e Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes).

De acordo com Hamilton de Holanda, o convite, que recebeu após um show em Curitiba, era apenas para um concerto com a Orquestra Sinfônica de Santo André. "Como o concerto foi gravado, surgiu o interesse do Selo Sesc para fazer o registro em disco, o que me trouxe grande satisfação, até porque foi a estreia desse meu projeto", comemora o bandolinista, que tem trabalhado bastante no período da quarentena, chegando a fazer apresentação no Blue Note, em São Paulo, interpretando clássicos da obra de Tom Jobim. "Como o resultado me agradou bastante, penso em gravar um disco, para lançar no mercado norte-americano", adianta sobre esses último show.

Ajuda à Abrace

Por conta da pandemia, o Bandolim Solidário, grande roda de choro, com renda revertida para a Abace, que ocorre em dezembro desde 2002, neste ano terá o formato de live, em parceria com a Escola de Música de Brasília. "Criado por meu irmão, o bandolinista Fernando César, é um evento que considero importantíssimo, pelo aspecto social que o envolve. Estou ao lado dele e de outros músicos brasilienses desde o começo. Não poderia deixar de acontecer, mesmo com os problemas que todos estão enfrentando com a covid-19. Vamos, cada um de sua casa, remotamente, manter viva a iniciativa", antecipa.

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