No ano mais distanciado da normalidade, os resultados das bilheterias norte-americanas refletem, em dados,
a lógica invertida: até o momento, claro, os grandes estouros de compra de ingresso estão presos a resultados do início de 2020. Por isso, os méritos de filmes como Bad Boys para sempre, Sonic e Dolittle
(com Robert Downey Jr.) pairam com inesperados recordes de bilheteria no mercado americano.
Da nova leva de filmes apenas Tenet parece ter uma posição algo confortável, com renda de US$ 58 milhões.
O pontapé de uma recauchutada nos dados de mercado parece ser delineado com a entrada em cena dos
resultados de Mulher-Maravilha 1984; mas em escala de conjuntura internacional. O Brasil, ao lado do
México, somou rendas de US$ 3,2 milhões, no lançamento em meados de dezembro, e alavanca resultados
positivos. Os primeiros números (que não levaram em conta os Estados Unidos) apontam acúmulo de
lucro de US$ 38,2 milhões com o lançamento do longa de Gal Gadot. Curiosamente, a Warner não tem
disponibilizado os estardalhaços de comunicação das bilheterias, numa postura prudente.
Nada se compara entretanto ao cenário do lançamento, há três anos, de Mulher-Maravilha, que,
só nos Estados Unidos, inicialmente, arrecadou US$ 103 milhões dos US$ 822 milhões acumulados
mundo afora (e que deu posição de liderança da fita em muitos rankings). Numa atual conjuntura,
em cenário que exclui exibições em praças importantes como Los Angeles e Nova York, e ainda
assimilando o conceito de lançamento no mercado norte-americano, simultaneamente, à entrada do
filme na HBO Max, especialistas estimam que o longa de Patty Jenkins chegue à casa de apenas
US$ 12 milhões na privilegiada data de lançamento (o Natal, nos EUA). O tombo do lucro da indústria de audiovisual nas salas de cinema americanos, vale a lembrança, tem sido estimado na caso dos 80%, em 2020.
À frente dos complexos de cinemas britânicos e espanhóis, os dados de lançamento de Mulher-Maravilha
1984 se revelam promissores. Junto com o México, o Brasil só não foi mais rentável do que a China (que
elevou em US$ 18,7 milhões o lucro do filme), e ainda dos lançamentos no Japão, Tailândia e Taiwan.
Com todas as reviravoltas no sistema de avaliação de lucro, dada a pandemia, o desempenho de Mulher-
Maravilha 1984 (lançado ao mesmo tempo nos cinemas abertos dos Estados Unidos, calculados em 1,9 mil,
e no streaming) parecem fundamentar a análise dos novos tempos em que, no período de alta das bilheterias (em anos regulares, concentrada no Natal),as apostas ficam ainda a cargo da chegada do novo filme de Tom Hanks no circuito estadunidense. Até mesmo Soul, a atração da Disney, recuou, estreando nas plataformas, com vislumbre de lucro restrito às salas de cinema chinesas.
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