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Série 'Cigarro do crime' aborda indústria ilegal que lucra R$ 11 bilhões

Com dados que revelam crime de grandes organizações que arrecadam 45 vezes a mais do que o lucro do mercado legal, 'Cigarro do crime' busca soluções para problemática

Ricardo Daehn
postado em 26/12/2020 16:56 / atualizado em 26/12/2020 17:36
O diretor João Wainer: eterno interesse por problemáticas nacionais -  (crédito: Vice Brasil/ Divulgação)
O diretor João Wainer: eterno interesse por problemáticas nacionais - (crédito: Vice Brasil/ Divulgação)

Produção da Vice Brasil, parceira do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, a série Cigarro do crime dá continuidade à meta de denúncia do diretor João Wainer. Em porcentagem, a problemática do fluxo de cigarros afastados da tributação legal já domina, no Brasil, 57% do mercado. Dividida em quatro episódios, a série estreia no canal da associação civil FNCP no YouTube na próxima segunda (28/12).

Neto de Danuza Leão e de Samuel Wainer, João Wainer sempre tem enveredado para o enfoque investigativo, além de ter assinado videoclipes de artistas engajados como Rappin Hood, Emicida e MV Bill. Das manifestações em junho de 2013 (registradas em Junho — O mês que abalou o Brasil) até o documentário Política: modo de usar, João Wainer sempre tratou de temas polêmicos como a pichação e de tópicos esportivos como a busca pelas origens do UFC e o retrato de promessas do futebol nacional em descompasso com o talento prometido. PCC — Primeiro Cartel da capital é outro conhecido título assinado por João Wainer.

Ouvindo personalidades como Emilio Fuster, Ministro no Combate ao Contrabando (no Paraguai), a equipe do diretor João Wainer trouxe entendimento, em Cigarro do crime, para a rota que traz o Paraguai como país de protagonismo. O contrabando apresenta números cerca de 45 vezes superiores ao trânsito de cigarros comercializados sob parâmetros legais. ou seja, o país que produz estimados 71 bilhões de cigarros, consome, internamente, apenas 2,3 bilhões; enquanto a ordem de 67,2 bilhões de cigarros paraguaios passam pelo ciclo do contrabandeado.

Aspectos das fronteiras entre Brasil e Paraguai cristalizam crimes operados por grandes organizações, numa rota de desvios de mercadoria por terra e água. A equipe da série ouviu policiais da Federal e das Rodoviária Federal e Estadual, além de agentes da Receita Federal. Sonegação de impostos, suborno e financiamento de facções criminosas e de milícias aparecem em Cigarro do crime. Há enfoque ainda para medidas governamentais e observação dos méritos das ações de cidadãos no freio ao contrabando.

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