Shows, projetos e personagens que, na última década, fizeram parte da programação do Clube do Choro foram capturados pela lente da fotógrafa brasiliense Renata Samarco. Duzentas fotos com o registro desses momentos foram reunidas na exposição Olhar do choro —10 anos de retrato musical, com curadoria de Aryane Sanches, que ficou em cartaz em junho de 2019, na unidade do Sesc do Setor Comercial Sul. Agora, ela faz planos para a publicação de um livro tomando por base esse valioso acervo.
Formada em zootecnia pela Upis, Renata não chegou a exercer a profissão. Ela optou pela fotografia, tendo como referência o curso básico que fez no Colégio La Salle, com o professor João de Jesus, quando aprendeu noções técnicas dos três pilares para a operação da câmera: abertura do diafragma, velocidade e sensibilidade do sensor de imagem; além de iluminação e revelação. Antes de iniciar as atividades, ainda na antiga sede do clube, a convite de Heloisa Lima — filha do presidente da instituição, Reco do Bandolim — ela fez uma viagem pela Europa tendo a máquina fotográfica como única companhia.
De acordo com Renata, inicialmente, as fotos seriam utilizadas basicamente para a prestação de contas com os patrocinadores e com o Ministério da Cultura. “Depois, a produção do Clube do Choro passou a utilizá-las para divulgação nas mídias sociais. Eu me recordo que minha primeira cobertura foi a do show do saxofonista Paulo Moura, já falecido, ainda na sede antiga. Quando a programação passou para o Espaço Cultural do Choro, houve crescimento da demanda das fotos”, lembra. “Lá, fiz a última foto do flautista Altamiro Carrilho no palco. Com a saúde frágil, ele morreria semanas depois”, lembra.
Profissionalização
Em busca de aperfeiçoamento, já depois de profissionalizar-se, Renata participou de workshops com mestres do ofício como Bob Wolfenson, Diego Bressani e Raquel Pelicano, visando obter conhecimento maior nas áreas de edição e tratamento de imagem.
“No começo, era difícil, pois ainda não tinha a necessária experiência. Mas, logo depois, tendo maior conhecimento do espaço e da iluminação passei a obter resultados melhores”, conta. “Como não posso ficar parada num mesmo lugar, para não atrapalhar o espectador, me movimento bastante em busca de um ângulo diferente”, acrescenta.
Com as atividades do Clube do Choro desativadas por conta da pandemia, Renata tem se ocupado com um outro projeto ao qual se dedica paralelamente desde 2016, o Desnude-se (ensaio sensual). “É o que está me dando retorno financeiro nessa interminável quarentena. Minhas clientes mais constantes são as mulheres reais. Foram elas que, há dois anos, me abriram o mercado em São Paulo, ao tomar conhecimento do projeto ao acessar meu perfil no Instagram, que tem 25 mil seguidores. Ele foi desativado em outubro com a justificativa de que violava as diretrizes do aplicativo, embora eu nunca tenha feito isso. Agora, busco reavê-lo na Justiça”, explica.
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