"Tivemos propostas para vender para o streaming, mas a missão do filme é começar nos cinemas". Foi assim que o diretor brasiliense René Sampaio justificou, na tarde deste sábado (5/12) durante painel na CCXP Worlds, a decisão de aguardar para lançar o longa-metragem Eduardo e Mônica nas salas tradicionais, mesmo que ainda não tenha uma previsão.
"A gente quer lançar o filme no cinema. Tem a questão do desejo, porque acho que é um filme evento para levar a família, celebrar em conjunto, para ter uma catarse coletiva. Ele foi filmado para tela grande. Acho que o filme merece e o público também", define o candango.
Inicialmente, a produção estava prevista para ser lançada este ano e acabou sendo adiada por causa da pandemia de covid-19. O filme chegou a ser exibido em março na Mostra Oficial Competitiva do 37º Festival Internacional de Miami, nos Estados Unidos. Em outubro foi premiado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Edmonton Film Festival.
Eduardo e Mônica é o segundo filme de uma trilogia proposta por René Sampaio de longas inspirados em músicas de Renato Russo e da Legião Urbana. O primeiro foi Faroeste caboclo, de 2013, com Isis Valverde e Fabrício Bolivera. Esse segundo é homônimo a faixa que retrata a história de amor dos personagens-títulos. Na produção, em formato de comédia romântica, vividos por Alice Braga e Gabriel Leone.
Produção de Eduardo e Mônica
A ideia de transformar a letra da música em filme veio de uma admiração antiga de René por Legião Urbana. "Sou fã desde moleque. Cresci ouvindo Legião. Lembro quando eu ouvi essa música pela primeira vez numa festinha e fazia sentido pra mim. Ao longo dos anos, não deixou de fazer", explica. Para o diretor, o longa-metragem mostra a "mensagem universal que Renato (Russo) tem em quase tudo que fez". "Aposto nessa energia. Quando a gente faz um filme como Eduardo e Mônica conta uma história universal de amor e para quem é fã da Legião", completa.
Os protagonistas compartilharam que sempre foram admiradores da banda, principalmente de Renato Russo. Gabriel Leone conta que escutou o grupo inspirado pelos pais e o fato de ser fã o fez ver o trabalho com muita responsabilidade. "Pra mim foi muito especial dar vida a um personagem que foi criado e saiu da cabeça e da alma do Renato. Foi a realização de um sonho, uma responsabilidade não só como ator, mas como fã", destaca.
O ator, que vinha de um trabalho completamente diferente, revela que precisou emagrecer, usar mega hair e apostar numa caracterização para interpretar um personagem nove anos mais novo. Na época das gravações, em 2018, ele tinha 25 e dava vida a Eduardo, de 16. "Gosto bastante de me transformar para cada personagem, de mudar de caracterização. Eu tive um desafio de composição corporal, de energia. Foi uma ralação", lembra e destaca o trabalho de Sergio Penna, preparador de elenco.
Já para Alice Braga o desafio ao viver Mônica foi interpretar uma personagem completamente diferente dos trabalhos voltados para o drama e para a ação. "Foi uma experiência muito linda, porque o René queria me tirar do lugar do drama, do peso e trazer para uma coisa mais solar e viva, nesse lugar de alguém que é 100% livre. Ele quis me tirar da zona de conforto e encontrar esse tom", comenta. Essa foi a primeira comédia romântica do currículo de Alice.
No início do painel, o público pode ver cenas do trailer Eduardo e Mônica mostrando takes de lugares chaves de Brasília, como o Parque da Cidade, o Congresso Nacional e o Teatro Nacional, destacando o tom cômico do filme e adiantando a força da história de amor desses protagonistas que se completam. "A gente tentou muito fazer (essa história) ser verdadeira. Essa relação deles, de como eles se completam. A diferença deles é o que potencializa. Nos dias de hoje isso está tão importante. O filme vai ser lançado quando as pessoas precisam do encontro", destaca Alice Braga.
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