No caminho contrário de outras emissoras, que anunciaram a demissão do jornalista Rodrigo Constantino após comentários machistas e ofensivos sobre o caso Mariana Ferrer, a RedeTV! optou pela contratação do profissional para integrar o time de comentaristas do programa Opinião no ar, comandado por Luís Ernesto Lacombe. O anúncio foi feito na segunda-feira (23/11).
Constantino estreia nesta semana fazendo entradas ao vivo no telejornal para participar de debates sobre assuntos importantes do noticiário. Ele se junta ao comentaristas fixos Amanda Klein e Silvio Navarro. Opinião no ar estreou em 18 de agosto na RedeTV! e é transmitido das 11h45 às 13h. O programa não é exibido no Distrito Federal, porque a faixa é pertencente a TV Brasília, que transmite programação local.
Formado em Economia pela PUC-RJ, Rodrigo Constantino foi colunista das revistas Voto, Veja e IstoÉ, dos jornais Valor Econômico, O Globo, ZeroHora, Correio do Povo, do site R7 e comentarista na rádio Jovem Pan. Neste ano, ele foi desligado da Jovem Pan, Grupo Record, Correio do Povo e Rádio Guaíba devido a repercussão de comentários feitos durante uma live em referência ao caso de estupro sofrido pela jovem Mariana Ferrer. Ele disse que se a filha o contasse que foi estuprada, em determinada situação, ele não faria a denúncia e a deixaria de castigo.
Constantino acabou sendo mantido no jornal Gazeta do Povo, além de integrar o time do ND e da revista Oeste. Agora, ele também será fixo no elenco do programa Opinião no ar, da RedeTV!.
Caso Mariana Ferrer
Em 2018, Mariana Ferrer, então com 21 anos, trabalhava como promoter em uma casa noturna de Florianópolis, o Café de la Musique, que fica em Jurerê Internacional, zona nobre da cidade. Na noite de 15 de dezembro, segundo a jovem, ela foi estuprada pelo empresário André Aranha. No relato para a polícia, ela disse que teve um lapso de memória e que acredita ter sido dopada. Na comanda dela da noite, só constava uma dose de gim.
Em julho de 2019, André Aranha foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por estupro de vulnerável, uma vez que a vítima não estaria em sã consciência na hora do ato sexual, não podendo, portanto, consentir nem se opor. A prisão preventiva de Aranha foi pedida e aceita pela Justiça, mas acabou derrubada por uma liminar. Em novembro, ele foi absolvido da acusação de estupro de vulnerável.