Setenta anos de memória, por meio de fotos e vídeos que contam a história da tevê aberta brasileira, agora podem ser acessados pelo público no ambiente virtual. A proposta parte da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que lançou nesta sexta-feira (27/11), o Memorial da Televisão Aberta Brasileira, em comemoração ao septuagenário.
Neste museu virtual, lançado no dia do aniversário de 58 anos da Abert, o sentimento de nostalgia surge ao longo da visitação on-line por meio de 700 fotos, 28 vídeos e mais de mil itens que formaram cenários, estúdios e programas de televisão estabelecidos no decorrer de sete décadas. Além do destaque por década, será disponibilizada nesta sexta (27) uma playlist com as trilhas de todas novelas do acervo do memorial.
O acervo que reconstitui a trajetória da televisão aberta brasileira, desde as primeiras transmissões, em 1950, foi montado com a colaboração das emissoras associadas à instituição. Centros de documentação e memória de veículos como os Diários Associados, as redes Band, SBT, Globo, CNT, Cultura, Gazeta, Jovem Pan e TV Brasil, e as entidades culturais MASP, MIS-SP e Associação Pró-TV foram responsáveis por fornecer os conteúdos do museu, que é fruto do Projeto TV Ano 70.
A caixa mágica
Ao longo dos anos a televisão tem apresentado inúmeras formas de entretenimento, arte, e cultura, ora influenciando o modo de vida do público, ora sendo construída por ele. A história e memória da caixa mágica se confunde com a vida dos brasileiros que a elegeram, por muitos anos, como meio favorito de consumo de informação. Em um ano de muitas datas comemorativas, mas também de impossibilidade da comemoração presencial, a Abert decidiu, por meio do espaço digital, abrir caminhos alternativos que acabam chegando a um público maior, expandindo o circuito costumeiro.
Na carta de Flávio Lara Resende, presidente da associação, disponibilizada no museu, ele fala dos desafios e constante renovação da televisão brasileira. “Desde as primeiras transmissões, em 1950 — com tantos obstáculos à chegada da imagem e do som aos lares brasileiros — aos dias atuais, com toda a alta qualidade da realidade digital, a tevê vem cumprindo, com brilhantismo, seu papel de levar informação, diversão e serviços gratuitos a todos os cantos desse nosso país continental. Do improviso das gravações às produções elaboradas e transmitidas nas diversas plataformas, ao vivo, e para todo o mundo, a tevê aberta conquistou espaço de destaque no cotidiano das pessoas, com sua marca registrada — a emoção — que sempre provoca reações no público que se rendeu à magia do meio”, escreveu em parte do texto. Confira a íntegra.
Estrutura do museu
Foi com o apoio de equipes e cenógrafos de cada emissora, que a Abert chegou ao resultado final da composição de cenários, com a intenção de reproduzir à realidade de cada época da melhor forma. Ao todo são sete salas, uma para cada década, e o visitante pode interagir com vídeos, fotos e textos de cada item destacado, do preto e branco ao digital.
Passando pela TV Tupi de Assis Chateaubriand nos anos 1950, pelos programas de auditório de grandes nomes como Chacrinha, Gugu Liberato, Hebe, Silvio Santos, Faustão, Ana Maria Braga e Louro José (de Tom Veiga) e o Caldeirão do Luciano Hulk; também pelos programas infantis de sucesso, onde é possível ver a nave do Planeta Xuxa, a roleta do Bom dia & cia, personagens de programas da TV cultura, como o Vila Sésamo; as novelas teen, e a lista segue.
Além disso, é possível reviver a era dos festivais; das telenovelas; dos programas e séries de humor; os reality shows; programas e personalidades do esporte; atores, atrizes, jornalistas, e outros artistas de todas as gerações, que também estão representados no projeto. Com o Memorial da Televisão Aberta Brasileira será possível conhecer, ver ou matar a saudade de mais de 2 mil profissionais que contribuíram para a história da célebre televisão brasileira.
* Estagiária sob a supervisão de Ricardo Daehn
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