O fundador banda inglesa Led Zeppelin, Jimmy Page, teve uma estreita relação com o Brasil. Antes de conhecer o país, chegou a gravar algumas músicas da banda, como o clássico Tangerine, com sua craviola, instrumento inventado pelo violonista Paulinho Nogueira. Músicas, como Fool in the rain e Bonzo’s Montreaux também foram inspirados pelo batuque brasileiro, com o qual Jimmy e o vocalista Robert Plant, fãs de futebol, se encantaram ao ver a torcida brasileira na copa do mundo de 1978, na Argentina.
Jimmy veio pela primeira vez no réveillon de 1979 para 1980, quando se hospedou na casa dos amigos Aninha e Jim Capaldi (baterista da banda Traffic). Em 1994, voltou para divulgar o disco que gravou com Robert Plant, e conheceu a americana Jimena Gomez, filha de argentinos, que morava em Lençóis, na Chapada Diamantina. Casou-se com ela e comprou uma casa na cidade, para onde voltava todos os anos, até 2008, quando o relacionamento acabou. Em 1997, fez uma generosa doação para a instituição de caridade Task Brasil Trust, que com o dinheiro fundou Casa Jimmy no Rio de Janeiro. O guitarrista costumava promover jantares e eventos beneficentes em prol da instituição, que era um abrigo e hoje se dedica à educação.
Entre idas e vindas, Jimmy esbarrou e interagiu com muita gente, fãs e famosos, e muitas destas histórias estão contadas no livro Jimmy Hendrix no Brasil, do jornalista carioca Leandro Souto Maior. “As passagens do Jimmy pelo Brasil é um assunto que, como diria minha mãe, muita gente ouviu o galo cantar, mas ninguém sabe onde”, afirma. Editado pela Garota FM Books, a obra está em campanha de financiamento coletivo até 30 de novembro.
Com prefácio de Ed Motta, grande colecionador e pesquisador do Led Zeppelin, o livro conta com muitas fotos, depoimentos de Page recolhidos em jornais e vídeos da época, e muitos causos, incluindo os de Canisso, Carlos Coelho, Charles Gavin, Daniela Mercury, Ed Motta, Fernando Magalhães, George Israel, Gilberto Gil, Herbert Vianna, Liminha, Margareth Menezes, Nando Reis, Paulo Ricardo, Pepeu Gomes, Roberto Frejat e Tony Bellotto.
“Você nunca imaginaria um ídolo do rock do tamanho do Jimmy Page em Salvador, enquanto ia no boteco da esquina comprar cigarros, de chinelas Havaianas, ajudando um motorista a manobrar o carro para estacionar”, diz o jornalista, citando uma história contada por um dos entrevistados. “Jimmy esteve no Brasil como uma pessoa que quis ser anônima, e ele conseguiu por um tempo. A gente não lê nas biografias internacionais esse aspecto dele, é só o Jimmy superstar. Mas eu acho que a gente traz muita humanidade para esse superstar ao descrever os passos dele pelo Brasil. É uma história que precisava ser contada, e bem contada. Espero ter conseguido”, completa Souto Maior.
Serviço
Jimmy Page no Brasil
Leandro Souto Maior, Garota FM Book. O livro pode ser adquirido por meio de apoio à campanha de financiamento coletivo no site Catarse (www.catarse.me/jimmypagenobrasil, com valores e recompensas variados).
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira
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