Tom Jobim, o Maestro Soberano, o chamava de “Gênio Alf”. Ruy Castro, autor do best seller Chega de saudade, o considera o verdadeiro criador da Bossa Nova. Admirado por grandes nomes da MPB, o carioca do subúrbio João Alfredo se tornou conhecido artisticamente como Johnny Alf. Ele morreu em 2010, aos 80 anos, num asilo em Santo André (SP).
Com obra documentada em discos, vídeos e documentários, Alf deixou como legado clássicos, incluindo Eu e a brisa, Céu e mar, Rapaz de bem e Ilusão à toa. Esta última dá nome ao álbum, que Mauro Senise acaba de lançar pela Biscoito Fino, nas plataformas digitais. Em projetos anteriores, ele homenageou outros consagrados compositores brasileiros.
Agora, ao prestar tributo a Johnny Alf, Senise faz releitura de nove músicas do compositor. Fecha o repertório com Melodia sentimental, de Heitor Villa-Lobos, em que Alf canta e toca piano, com o acréscimo — póstumo — do sopro do flautista. Neste trabalho, ele é acompanhado por instrumentistas do primeiro time, como Gilson Peranzzetta, Cristovão Bastos, Jota Moraes e Jaime Álem.
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Duas perguntas// Mauro Senise
Ilusão à toa
Álbum de Mauro Senise, com 10 faixas. Lançamento de Mauro Senise nas plataformas digitais.
Por que decidiu homenagear Johnny Alf?
Ao longo da minha carreira, gravei CDs homenageando a obra dos meus grandes ídolos: Edu Lobo, Sueli Costa, Dolores Duran, Noel Rosa e Gilberto Gil. Reconheço que, agora, homenageio este gênio tardiamente. A riqueza das harmonias e das melodias é altamente inspiradora para desenvolver um arranjo, fazer um solo.
Qual foi o critério para a escolha das canções do repertório?
Deixei que algumas músicas fossem sugeridas pelos arranjadores que convidei para participar do CD. Outras, eu mesmo escolhi. Jota Moraes escolheu Disa, Ilusão à toa e Podem falar. Gilson Peranzzetta sugeriu Nós. E eu pedi para o Peranzza fazer também arranjos para Plenilúnio e Eu e a Brisa. Cristóvão Bastos adorou fazer o arranjo de Sonhos e Fantasias e O que é amar. Adriano Souza pediu para fazer arranjar Olhos negros e Seu Chopin, desculpe, que abre o CD. Roberto Araújo escolheu Rapaz de bem e Céu e Mar. Enfim, foi um “consórcio” entre mim e os arranjadores convidados para escolher o repertório.