O que se passa dentro de um estúdio de gravação que, normalmente, é algo íntimo de artistas e profissionais da música é o produto da série documental Clubversão, que chega à quarta temporada desde o lançamento, sendo a segunda no formato Clubversão latino que estreou na semana passada, no Cinemax e no on-demand HBO GO. Novos episódios às quartas, às 18h.
“Como diretora, sempre vi o Fábio (Pinczowski, diretor artístico do projeto) vivendo essa vida de estúdio com os músicos e a gente queria fazer um projeto juntos. Fiquei pensando qual seria o mote, qual era o momento mais legal dessa rotina de gravação? O antes ou depois, a conversa na cozinha tomando café ou cerveja, o pessoal tocando piano e outras músicas. Descobri que era esse estar junto. Começamos a pensar numa dinâmica que proporcionaria isso”, explica Alessandra Dorgan, diretora-geral sobre a ideia do programa.
Assim nasceu o formato que consiste na reunião de artistas de diferentes estilos e gerações para criar uma versão de uma música já conhecida. São canções em nova roupagem, em encontros inusitados. As duas primeiras temporadas tiveram conexões brasileiras. A partir da terceira, os brasileiros se juntaram com artistas latino-americanos, numa fusão ainda mais interessante. “Sempre gostamos de música latina, percebíamos que não existia essa conexão. O Brasil por ter essa riqueza cultural e musical, acaba se bastando. Mas os latinos conhecem a música brasileira superbem. Para a gente era um dever cultural fazer essa pesquisa e unir esses artistas”, avalia Fábio Pinczowski.
Após uma primeira temporada, agora, vem a sequência com 13 episódios. Na estreia, a mistura da baiana Xênia França com cantor cubano Ibrahim Ferrer Jr. e o violoncelista carioca Jaques Morelenbaum. No segundo episódio, Milton Nascimento se une a Tiago Iorc.
A escolha das conexões vem de forma intuitiva por Pinczowski. “A gente vai montando esse super quebra-cabeça, bem divertido e desafiador. Não tem nunca como saber como será a dinâmica”, afirma a diretora “Como os artistas são cada um de uma “praia” e têm suas características, isso gera, a cada episódio, uma cara diferente. Tem dias superdinâmicos e rápidos, outros mais reflexivos e introspectivos”, completa.
Para Alessandra, um dos destaques da temporada é o episódio de estreia. “São três pessoas com backgrounds diferentes na música, mas, ao mesmo tempo, a gente sentia essa intersecção natural. A música ficou muito bonita”, diz. Ela ainda cita a parceria entre Zeca Baleiro e Carla Morrison. “Foi emocionante porque para a Carla foi desafiador conseguir decorar a letra, encontrar a interpretação. O resultado é lindíssimo”, adianta. Fábio, por outro lado, gosta da mistura entre Milton Nascimento e Tiago Iorc: “Só de estar sentado com ele no estúdio, tocando com ele, escutando as histórias... Para mim, é um dos destaques”.
O lançamento das canções é um pedido antigo dos fãs. Por enquanto, ainda não há confirmação da divulgação das faixas em plataformas digitais, além da playlist disponível no YouTube. Mas é um desejo antigo da dupla. “A gente tem muita vontade, mas existe todo um desenrolar jurídico para isso acontecer. É um material de memória muito legal, inclusive um retrato da cena musical brasileira e, agora, latina”, comenta a diretora.
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