Era 24 de outubro de 2000 e a banda Linkin Park se lançava no mercado fonográfico com Hybrid theory, álbum que se tornaria emblemático na história do grupo e também nos rumos do estilo pelas combinações de rock melódico a pesado passando pelo hip-hop e a música eletrônica. “A primeira coisa a se falar são os números. Foi o álbum mais vendido do século. Vendeu absurdamente para o primeiro disco de uma banda. Foi uma revolução também no sentido da sonoridade, que era mais pesada e tinha o lance do hip-hop. Ninguém tinha feito um disco inteiro que misturasse rap e rock”, afirma Nando Vieira, baixista e responsável pelos samplers da banda Linkin Live, grupo cover dos norte-americanos.
Neste ano, o disco dos californianos ganhou uma versão comemorativa dos 20 anos. O material é composto por 80 músicas, desde as versões originais do álbum até faixas demo e áudios do show Live at Docklands Arena, em Londres, realizado em 24 de março de 2001. No disco, os sucessos On step closer, Crawling, Papercut e In the end, além de raridades. A exemplo de Pictureboard, escrita na época em que o grupo ainda se chamava Xero e tinha Mark Wakefield nos vocais, e She couldn’t, uma das primeiras faixas gravadas pelos roqueiros com a voz de Chester Bennington em 1999.
Com a divulgação e a chegada da data, Hybrid theory conquistou a marca de 12 milhões de cópias vendidas, e voltou a colocar o álbum em destaque. Além de ser o primeiro do Linkin Park, o material chamou a atenção por ter tido um papel de influenciar toda uma geração, seja por conquistar uma legião de fãs com as mensagens, seja por ter mexido com as estruturas do rock no período.
O grupo cover Linkin Live, composto ainda por Marcelo Raro (voz — Chester Bennington), Ari Neto (voz — Shinoda), Toninho Coutines (bateria) e Guinnows (guitarra), sempre toca o disco inteiro nos shows. Dificilmente, a gente deixa de tocar alguma música do Hybrid. É realmente um disco histórico”, completa Vieira. O grupo está prevendo para o próximo mês uma live para comemorar os 20 anos do lançamento.
Fãs
Apesar de ter nascido quase junto com o Linkin Park, o estudante universitário Luís Clayton Souto Mourão Filho, 21 anos, conheceu o grupo em 2009, graças ao desenho Naruto. Na internet, ele descobriu um vídeo com imagens da animação ao som de In the end. “Essa música mudou muito meu gosto musical e, por consequência, o álbum e o grupo também. Hybrid Theory é, talvez, um dos maiores álbuns de estreia de uma banda na história. As letras sempre me tocaram, assim como a forma como o Chester cantava e como o Shinoda complementava”, avalia.
O economista João Queiroga, 23 anos, é um dos fã que tem Hybrid Theory entre os álbuns favoritos. Ele lembra que escutou o disco após Meteora (2003), e, na hora, percebeu a importância. “Foi sem dúvidas o melhor álbum deles. Não dava pra acreditar na capacidade vocal do Chester, especialmente em Crawling. Os últimos anos têm sido difíceis para os fãs, mas todos sabemos que a banda (e o primeiro álbum, parte do Rock and Roll Hall of Fame) entrou pra história do gênero”, afirma.
A banda se reuniu pela primeira vez desde a morte de Chester Bennington em 2017 este ano para uma live com sessão de perguntas e respostas. Atualmente, é formada por Mike Shinoda, Brad Delson, Dave Farrel, Dj Joe Hahn e Rob Bourdon e não tem previsão ainda de retorno.