A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) assumiu a realização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ao cancelar o edital 09/2020. A mostra de cinema terá nova formatação em dezembro. Com a decisão, saiu de cena o apoio de uma Organização da Sociedade Civil batizada de Eu Ligo, que assumiria parte da condução da 53ª edição do festival. “O festival representa muito para a cultura do Distrito Federal, não por menos é tombado como patrimônio, e não se curva a interesses pessoais nem de grupos”, destacou ao Correio o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues.
Apesar das dificuldades, o secretário acrescentou que “evento será realizado em respeito à população e à história”, seguindo princípios do festival criado por Paulo Emílio Sales Gomes e prezando a memória “daqueles que sempre dignificaram a cultura de Brasília”.
A Secec decidiu realizar diretamente a maratona de filmes que será disposta em sete dias de dezembro, com caráter competitivo. Bartolomeu Rodrigues, afirmou em nota que “o processo de seleção da Organização da Sociedade Civil, que cumpriu todas as fases previstas havia sido feito com transparência".
Prezando o clima colaborativo de toda a classe cinematográfica, a manutenção do evento foi assegurada, segundo o secretário. Uma edição do Diário Oficial do Distrito Federal, ainda nesta semana, anulará a homologação do Instituto Eu Ligo, que teria participação no evento.
Tradicional, com reconhecimento de nomes que trouxeram renovação para o cinema nacional, entre eles Joaquim Pedro de Andrade, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra, numa constelação de dezenas de realizadores, o Festival de Brasília, de acordo com o secretário de Cultura, promete “fazer história na celebração dos 60 anos da cidade”.
Em nota, o Instituto Eu Ligo (IEL) lamentou a decisão e afirmou que a cultura do DF e do Brasil perdem muito com a escolha da secretaria.