Música

Grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro lança álbum 'Exu Monumental'

O disco é uma homenagem ao poeta TT Catalão e fala sobre encruzilhadas de Brasília

Maria Baqui*
postado em 31/10/2020 06:00
 (crédito: Webert da Cruz/ Divulgação)
(crédito: Webert da Cruz/ Divulgação)

O grupo de cultura popular do cerrado Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro lança, neste sábado (31/11), o mais um trabalho de carreira. Intitulado Exu Monumental, o álbum conta com 11 faixas autorais e com a participação de artistas renomados na capital federal, como Ellen Oléria e Marcos Moraes.

A inspiração para o projeto é um poema monômio, escrito por TT Catalão, poeta brasiliense que morreu neste ano. Além da homenagem, o fundador e integrante do grupo Tico Magalhães explica que o grupo pretende falar sobre o grande cruzamento de pessoas que há em Brasília. “O cerrado é um bioma que faz a ligação entre Pantanal, Amazônia e Mata Atlântica. E Brasília, para nós, se transforma também nessa monumental encruzilhada”, explica o artista ao Correio.

O ritmo das canções contidas no álbum é característico de Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro: o samba pisado, gênero autoral que mistura diversos tipos de arte em um movimento. “Criamos uma história, então sentimos que precisávamos de um coração próprio”, conta Tico, que menciona também a utilização de instrumentos como tambor, caixa, gonguê, oboé e, em algumas participações, de instrumentos de sopro.

Produção artística cultural

A ideia de conciliar a música com a produção visual se deve pela necessidade do grupo em dar formato e aprimorar o toque íntimo com as produções. “Queremos que a caixa de som seja uma caixa de surpresas. Temos algo muito visual, cênico, com muito figurino. O trabalho é permeado em brincadeiras, está recheado de pequenas grandes surpresas”, comemora o fundador Tico Magalhães.

Assim como em outros projetos de carreira, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro busca desconstruir em Exu Monumental o preconceito adotado por parte da sociedade em relação às matrizes indígenas e africanas. “Por meio da cultura popular, do maracatu, estamos profundamente ligados a essas matrizes indígenas e africanas. Em trabalho de terreiros você precisa cantar pedindo permissão para Exu, sempre”, declara Tico.

Por isso, a primeira canção do álbum, inclusive, é um pedido para (o orixá) Exu autorizar a gravação de músicas com o nome dele.

Lançamento

O lançamento do álbum será durante o Circuito Candango de Culturas Populares, desenvolvido pelo coletivo Rosa dos Ventos e fomentado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF.

Para Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos, que é responsável pela realização do disco, o grupo é uma grande escola, que permite impactar a sociedade com a disseminação de conhecimentos culturais.

“Uma das características da cultura popular que ficou nítida nesse projeto é que cada brincante que compõe o grupo é responsável pelo todo também. Isso mostra como a cultura popular se fortalece dentro do próprio território, tornando ele mais forte, mais precioso, mais profundo e mais rico”, conta a responsável pelo coletivo.

*Estagiária sob supervisão de Adriana Izel

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