Os documentários musicais sobre personagens da história da música são bem comuns tanto no Brasil quanto no exterior. Com os DVDs cada vez mais escassos, essas produções aproximam a ligação do público com o artista por meio de apresentações, depoimentos de pessoas próximas e bastidores. A maioria dessas obras segue uma tradição biográfica e revira memórias e relatos sobre histórias de vida, trajetórias de músicos, bandas, compositores e intérpretes.
“O documentário musical é uma tendência de produção audiovisual que desperta a atenção de um público bastante vasto que se interessa por música e a história dela, nos mais variados estilos, do samba ao rock”, conta Márcia Carvalho, professora e pesquisadora do Centro de Estudos em Música e Mídia - MusiMid, da Universidade Paulista.
Produções do tipo sempre foram feitas ao longo da história do cinema, mas na virada para os anos 2000 ganharam força com a tecnologia digital e se expandiram até os dias de hoje. “De uma maneira geral, a produção de documentários aumentou muito com o uso do vídeo digital para a produção. Assim, o tema da música e principalmente as biografias de músicos entraram na moda aqui no Brasil desde o sucesso do documentário Vinicius (2005), de Miguel Faria Júnior, que iniciou uma tendência de produção de retratos de importantes personagens da história da MPB”, pontua Márcia que é autora do livro A canção no cinema brasileiro.
A recorrência destas tramas pode ser verificada na programação dos últimos anos do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade e do Festival Internacional do Documentário Musical In Edit - Brasil, o primeiro dedicado exclusivamente ao gênero do documentário musical no país desde 2009.
A história de muitos cantores já foram roteiros do cinema e convergem com projetos profissionais, embora dificilmente seja uma estratégia de marketing. “Um documentário musical pode movimentar a divulgação de um novo disco ou show, principalmente porque pode ser exibido em várias mídias, mas não acredito que seja uma produção pensada para isso, pois é uma produção cara e demorada”, pontua a professora.
Para o pagodeiro Thiaguinho, as gravações são formas de manter a memória viva. “Tudo vai passar na vida e ter esses momentos registrados, mostrar os bastidores, poder olhar e relembrar esses momentos que, às vezes, a gente perde na memória é muito legal. Achei a experiência muito boa, espero fazer isso mais vezes. Para quem curte também é legal ver o artista não só no palco, mas também saber das histórias, de como as coisas acontecem”, declara o paulistano de 37 anos, que recentemente lançou o registro Tardezinha com Thiaguinho.
Com vidas difíceis, sonhos realizados e contextos sociopolíticos importantes, O Correio separou alguns documentários que contam a histórias de grupos ou artistas que fizeram história na música. Confira!
Tardezinha com Thiaguinho
Em quatro episódios, é narrada a história de amizade entre Thiaguinho e Rafael Zulu que resultou em uma roda de pagode que chegou a lotar o Maracanã. Os bastidores do show que reuniu mais de 40 mil pessoas no estádio fluminense são registrados por Benedita Zerbini e João Pedro Januário. Nele, Thiaguinho e convidados comandam o show histórico da carreira do pagodeiro. A produção está disponível no Globoplay.
Blackpink: Light up the sky
A girlband sul-coreana BLACKPINK é sucesso entre os jovens, em especial, os kpopers. Consolidando a popularidade, a Netflix lançou o documentário Blackpink: Light up the sky, que retrata a ascensão exponencial do grupo acompanhando desde o início da carreira até a atuação no Festival Coachella de 2019, sendo o primeiro grupo feminino de k-pop a subir no palco.
Shawn Mendes: in wonder
A Netflix também será responsável por lançar o documentário em homenagem a Shawn Mendes, Shawn Mendes: in wonder. O registro audiovisual estará disponível no streaming em 23 de novembro e traz um olhar sobre as facetas do cantor, a carreira, os bastidores da fama e as origens do astro canadense.
Miss americana
O documentário Miss americana, exibido pela Netflix, narra as vivências da cantora Taylor Swift, que assume o papel de compositora, cantora e de uma mulher que sabe usar todo o poder da voz. Dirigido por Lana Wilson, que acompanha a norte-americana ao longo de vários anos da carreira.
Todos os cantos
Marília Mendonça percorreu os quatro cantos do Brasil com a turnê Todos os cantos. Os shows e os bastidores foram registrados em uma série documental com quatro episódios disponíveis no Globoplay.
HOMECOMING A film by Beyoncé
As emoções por trás da célebre apresentação de Beyoncé no Coachella em 2018 transformou um conceito criativo em um movimento cultural. HOMECOMING A film by Beyoncé está disponível na Netflix.
Me chama que eu vou
Me Chama que eu vou conta toda a trajetória da grande carreira musical de Sidney Magal. Por meio de depoimentos e recortes que mostram os momentos mais significativos da vida do cantor, acompanhamos a trajetória dos 50 anos de carreira do músico, dançarino, dublador e ator que encanta o Brasil.
AmarElo - É tudo pra ontem
AmarElo - É tudo pra ontem 08/12 na @NetflixBrasil. pic.twitter.com/4f4YFUd3EY
— emicida (@emicida) October 13, 2020
A Netflix lançará em 8 de dezembro o documentário AmarElo - É tudo pra ontem, de Emicida. O novo título original da plataforma usará o show do rapper no Theatro Municipal, em São Paulo, realizado em 2019, como espinha dorsal do projeto, além de inserir animações, entrevistas e cenas de bastidores do álbum AmarElo.
BTS
O documentário Break the silence: the movie que acompanhou a turnê de 351 dias do grupo sul-coreano BTS por diversos países, inclusive o Brasil, será exibido pela Rede Cinemark a partir do dia 29 de outubro. A produção mostrará cenas inéditas dos bastidores dos shows realizados em Los Angeles, Chicago, Nova York, São Paulo, Londres, Paris, Osaka, Shizuoka, Riad e Seul, e a rotina dos músicos além dos palcos.
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