Em continuidade à pesquisa que visava observar a expectativa das pessoas com o retorno das atividades presenciais no Brasil, o Itaú Cultural e o Datafolha divulgaram o estudo sobre consumo de cultura virtual na pandemia. Nesta terça-feira (20/10), em coletiva de imprensa, a análise de dados trouxe que, além do consumo de internet ter se intensificado na quarentena, música ocupa o topo com 84%, seguido por filmes e séries com 73%.
Embora tenham que ter pausado as gravações ou adiado as estreias, por causa da pandemia, os filmes ainda são atividades culturais consumidas em grande nível pela população, como indica o estudo do Itaú Cultural e do Datafolha. Em 2020, por exemplo, Mulan, Um lugar silencioso parte 2, Viúva Negra, Trolls 2, e Mulher-Maravilha 1984 tiveram que esperar para estrearem nas telas.
Dentre as categorias, os shows no ambiente virtual ocupam a terceira posição com 60%. O modelo de lives, apesar de não especificada na pesquisa, segundo Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, integra esse recorte de apresentações virtuais. As lives foram responsáveis tanto pelo entretenimento, com recordes de visualizações, como a de Marília Mendonça, mas também por arrecadações de fundos e mantimentos.
Além dos mais consumidos, outros grupos citados foram leitura de livros virtuais (38%), jogos digitais (34%), atividades infantis (28%), podcasts (26%), espetáculos de teatro (21%), museus e exposições (17%). O virtual, mesmo com limitações, foi uma área que pôde acolher parte da cultura que ainda não estava tão popularizada no meio tecnológico.
“Fomos o primeiro setor a parar e seremos o último a retornar”, pontua Paulo Alves, gerente de pesquisa de mercado do Datafolha, sobre o impacto da covid-19 no campo da cultura, o que fortaleceu um modelo de consumo on-line. “A pesquisa é uma demonstração do quanto esse momento acabou gerando um efeito por causa dessa migração pro on-line, que aconteceu em muitos campos e, particularmente, na cultura”, complementa Eduardo Saron.
*Estagiária sob supervisão de Adriana Izel
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