Depois de questionamentos quanto à capacidade de condução do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, marcado para o mês de dezembro, a Organização da Sociedade Civil conhecida por Instituto Eu Ligo permanece em primeiro lugar, no chamamento público proposto pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec).
Destacando a soberania da comissão de seleção, que optou pelo Instituto Eu Ligo, a Secec esclarece que deve se alinhar à parceria com a entidade Eu Ligo, dado que houve inclusive período para que fossem acatados recursos pleiteados por concorrentes como o Instituto Alvorada e o Lumiart.
Ao longo de uma semana, desde 8 de setembro, houve atenção aos recursos. Num processo de transparência, fichas de avaliações da comissão foram entregues a concorrentes da Eu Ligo, mediante solicitação. O setor de comunicação da Secec avaliza a lisura do processo, e ressalta o "cronograma de trabalho" da Eu Ligo como um dos vetores para a escolha da entidade.
O grupo de trabalho destinado ao festival, e que optou pela Eu Ligo, foi formado por servidores da secretaria e terá respeitada a autonomia. A Secec confirmou que desconhece teor de fatos que desqualifiquem a capacidade da entidade Eu Ligo. Listados em portaria do Diário Oficial do DF, há dois meses, Wanderlei da Silva, Elizabeth Fernandes, Soliângela dos Montes, João Roberto Moro e Carla de Queiroz responderam pela definição do projeto vitorioso.
Uma flexibilização do edital deste ano possibilitou mudança de perfil de proponentes, uma vez que não condicionou o perfil das Organizações da Sociedade Civil candidatas ao atrelamento com prévias realizações de festivais de cinema. O "alinhamento da proposta" aos objetivos da Secec foram decisivos para que o Instituto Eu Ligo chegasse à etapa final de habilitação, anterior à futura (e próxima) assinatura de contrato.
"Várias instituições realizaram o festival, ao longo da história, em algum momento, tiveram que começar a realizar o evento, sem ter realizado festival de cinema, anteriormente. Temos o maior respeito pelos institutos que realizaram; o último até permaneceu por cinco vezes, e tem uma experiência acumulada
com certeza. Mas nós achamos que a renovação, até pela questão de este ser um festival novo, diferente, com formato modificado, é salutar", observa o coordenador de relações institucionais do futuro festival Marcelo Aguiar.
Ele garante que terão no quadro técnico da execução do festival pessoas que participaram de diversas
edições. "Apesar de o Instituto Eu Ligo não ter nenhuma tradição na execução de festivais de cinema especificamente, nossa história e sistemática execução de eventos culturais nos habilitou a concorrer: fizemos uma proposta que a Secec considerou a melhor. Foi uma disputa apertada, claro. Os outros institutos também eram altamente qualificados, com pessoas experientes", pontua Marcelo Aguiar, que completa: "Agora vamos trabalhar para realizar o melhor festival. Nisso, Brasília pode ficar tranquila: a tradição do festival será respeitada. Realizaremos um belo evento cultural. Honraremos tradição e história do evento".