Festival

Músicos representam o DF na 12ª edição do festival In-Edit Brasil

O festival, cuja proposta é exibir documentários musicais, terá no catálogo produções sobre o rapper Bernardo Monteiro, mais conhecido como BMO, e a banda Autoramas

O músico Gabriel Thomaz mal se lembrava de que, há cinco anos, havia dado entrevista para os cineastas Bruno Vouzella e Manoel Magalhães, quando o segundo lhe avisou que o documentário que eles fizeram sobre o terceiro álbum da banda Autoramas, na qual Gabriel é guitarrista, vocalista e compositor, faria sua estreia na 12ª edição do festival In-Edit Brasil.

O festival, cuja proposta é exibir documentários musicais, surgiu em Barcelona (Espanha), em 2002, e ganhou outras metrópoles mundiais, chegando ao Museu da Imagem e do Som de São Paulo em 2009. Este ano, com realização virtual, a programação conta com mais de 60 filmes nacionais e internacionais, sobre músicos como Dorival Caymmi, Pitty, Arto Lindsay, Flicts, Amaro Freitas e Mateus Aleluia. No panorama internacional, Bill Wyman — baixista dos Rolling Stones —, Charles Aznavour e Kate Nash figuram entre os personagens.

Alguns documentários são gratuitos e outros podem ser assistidos por R$ 3. Toda a receita arrecadada pelo festival será destinada a trabalhadores da música e do cinema afetados pela pandemia, por meio do projeto independente Conexão Música e do Fundo de Amparo aos Profissionais do Audiovisual Negro (Fapan).

Resiliência

Dois músicos oriundos do Distrito Federal são protagonistas de produções do catálogo. O rapper Bernardo Monteiro Oliveira, mais conhecido como BMO, tem a história retratada no média-metragem Bernardo na Vida, BMO na Batalha. Com 13 anos, na época da produção, BMO se tornou fenômeno em batalhas de rap como a da Praça do Relógio, em Taguatinga, e na internet, por seu talento para improvisar rimas.

O brasiliense radicado em São Paulo Gabriel Thomaz, ao lado dos ex-colegas Simone e Bacalhau, conta as aventuras e desventuras do álbum Nada pode parar os autoramas, no documentário homônimo. Em 2003, a banda estava sem gravadora, depois de ter lançado os dois primeiros álbuns pela Universal Music. Sem dinheiro para a produção, em uma época em que os recursos de gravação, edição, fotografia e filmagem eram pouco acessíveis, a banda conseguiu gravar as 13 faixas do disco em diferentes estúdios de amigos de estrada, produzir um videoclipe em animação e lançar pelo selo independente Monstro Discos.

“O nome do filme é porque a banda estava por um fio. Quando a gente ganhou prêmios, Simone tinha saído do grupo. Se tudo tivesse acabado, eu não saberia o que seria da minha vida, porque era a única coisa que eu tinha, como é até hoje”, confessa Gabriel.

Serviço

12ª edição do In-Edit Brasil
Festival Internacional do Documentário Musicalde 9 a 20 de setembro. R$ 3, para 72 horas de acesso ao filme escolhido. Alguns filmes podem ser acessados gratuitamente. https://br.in-edit.org/. Parte da programação estará disponível também na plataforma do Sesc Digital, com acesso gratuito, e, a partir de 21/09, na spcineplay.com.br, também com acesso gratuito.

 

*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira