Emílio di Biasi morreu neste domingo (27/09), tendo currículo de quase 60 anos recheado por momentos de teor crítico e caráter qualitativo. Pouco antes de integrado ao contestador Grupo Decisão, com o qual encenou O inoportuno (de Harold Pinter), Biasi estreou no Teatro Oficina, em texto assinado por Augusto Boal. Foram regulares nos palcos as montagens conduzidas pelo diretor Antônio Abujamra (entre as quais Electra). Passeio no bosque, de 1999, foi um dos marcos na carreira do paulistano, que venceu o prêmio Shell de melhor ator com a peça. Ainda no campo da atuação, em cinema, ele foi um dos maiores colaboradores de Carlos Reichenbach que o escalou para os longas Anjos do arrabalde, Alma corsária e Filme demência.
Na sétima arte, a despedida se deu em 2018, com o lançamento do filme português Primavera, em que Emílio di Biasi esteve ao lado de Ruth de Souza. Para além do teatro, em que o artista se destacou em parcerias com o grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões, além de ter encenado o balé O grande circo místico (em 1980, a partir de obra de Naum Alves de Souza) e Eles não usam black tie (1975), Emílio di Biasi sacramentou, como diretor, o status otimizado de obras televisivas de Benedito Ruy Barbosa, entre as quais
Renascer (1993) e O rei do gado (1996). As minisséries também demarcaram o talento do artista, no caso de Os Maias (2001) e Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007). Em diferentes funções de consultor, o ator e diretor ainda elevou a qualidade de obras televisivas como Vida nova (1988) e Os imigrantes (1980).
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