As vivências e as novas percepções de sonoridade inspiraram o lançamento mais recente de Di Ferrero, intiulado Di boa sessions. Com um trabalho cheio de parcerias, o ex-NX Zero traz laços pessoais para a coletânea de Eps em feats com Thiaguinho, Gee Rocha, Vitor Kley e Lucas Silveira. Em conjunto, os músicos gravaram faixas inéditas e regravações.
Originalmente pensado para ser um show com fãs e amigos em comemoração ao bom momento da carreira solo, Di resolveu adaptar os planos para o momento de pandemia. “Era para ser uma festa antes da pandemia, na qual ia chamar uma galera para cantar e participar do show, como se fosse uma confraternização. A ideia era fazer essa festa tocando músicas que eu gosto e sempre com participações de amigos. No entanto, com a pandemia, vieram os EPs. Depois, quando tudo voltar ao normal, penso em fazer uma festa, um Di boa fest, sei lá, continuar com essa vibe”, conta o músico, em entrevista ao Correio.
Além dos trabalhos que integram o Di boa sessions, o cantor tem aproveitado o atual momento para lançar singles como Desculpa, Vai passar, Onde a gente chegou e Me deixa cantar. “Cantar, além de ser terapêutico, é uma válvula de escape. Não só nesse momento, em todos os momentos da minha vida eu fiz música. A música sempre esteve presente na minha vida, na composição mesmo, sobre escrever o que eu sinto”, afirma o compositor.
Em carreira solo há dois anos, Di Ferrero descobriu aos poucos o som que queria fazer nessa nova fase. “Primeiro eu fiquei ‘que som que eu faço? Qual é meu som?’, porque eu passei muito tempo em banda e fui me descobrindo e entendendo o que eu queria, e agora eu estou numa fase muito boa de produção e composição. Eu sei bem o meu caminho e, desde que eu lancei Desculpas, eu tenho gostado muito de tudo que estou compondo, acho que é a minha cara e o meu estilo”, pontua.
Coronavírus e quarentena
O cantor foi infectado pelo coronavírus em março e apresentou os sintomas da doença, como mal estar, rouquidão e complicações no pulmão. “Foi um perrengue, fiquei rouco. O mais louco depois de voltar a cantar foi dar valor para isso. Eu não tinha percebido como é bom o simples fato de cantar, foi aí que eu fiz a Vai passar. No começo foi difícil e complicado, mas depois rolou uma reflexão de tudo que está rolando e das pessoas que realmente complicaram a saúde bem piores que eu, que não é o meu caso. Eu tenho que agradecer até por conseguir passar por isso”, relembra.
Após se recuperar, Di segue em quarentena com a família e usa o momento para aproveitar novas experiências. “Eu estou ajudando a Isabelli, eu ando plantando abacate, mamão, chuchu. É muito bom mexer com terra, eu nunca tinha feito. É terapêutico. Logo em seguida, eu volto correndo para o estúdio”, brinca.
Duas perguntas // Di Ferrero
Você lançou Vai passar, que fala desse momento de pandemia e de esperança, também lançou Onde a gente chegou com a IZA, além do Di boa. Como tem sido a experiência de gravar a distância?
É uma experiência nova, pois eu estava acostumado com muitas pessoas me ajudando, agora elas tão me ajudando, mas de longe, então tem algumas coisas que eu tenho que aprender. Transformei um quarto em um estúdio, estou gravando as músicas sozinho e, se não sei, eu tenho que fazer um facetime. Tem o momento de desespero, mas a gente tem que se adaptar.
O que você almeja na sua carreira que ainda não alcançou?
Eu quero fazer um som lá fora, na gringa. Em espanhol que eu já falo, inglês eu estou estudando. Além de gravar com vários artistas que eu sou fã, como Alceu Valença. E conseguir fazer um show no qual eu consiga colocar não só a música, mas outro tipo de interação, uma coisa nova. Onde as pessoas vão se sentir bem ouvindo, algo que vá além do som.
*Estagiária sob a supervisão de Roberta Pinheiro