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Perfil: Karolyne Guimarães luta por direito para todas as classes

Conheça um pouco mais da história de Karolyne Guimarães candidata a presidência da OAB

Karolyne Guimarães, da chapa A OAB que eu preciso -  (crédito: Minervino Júnior)
Karolyne Guimarães, da chapa A OAB que eu preciso - (crédito: Minervino Júnior)

Karolyne Guimarães, advogada criminalista conhecida como Karol, é candidata à presidência da Ordem dos Advogados do Distrito Federal pela chapa 99, intitulada "A OAB Que Eu Preciso". De família originária do Piauí e da Bahia, sua trajetória começou quando seus pais se estabeleceram no Distrito Federal na década de 1970. Nascida em Taguatinga, Karol, 37 anos, passou os primeiros anos de sua infância em um barraco alugado com a família, até que sua mãe conquistou uma casa própria em Samambaia por meio de um programa habitacional do Governo Roriz.

"Brinco que, se eleita, serei a primeira presidente da Ordem que comeu terra e lama de Samambaia e bebeu água de chafariz. Vivi minha infância em Samambaia, mas sempre mantive laços com Taguatinga, onde estudava", compartilha a candidata. "Esses dias fiz essa brincadeira com minha mãe, e ela respondeu: 'Filha, nunca olhei para essas dificuldades, porque, para mim, morar na capital do país já era uma grande conquista'", completa Karol.

Após concluir o ensino médio, Karol ingressou no curso de Direito na Unip com uma bolsa de 50%. "Quando fiz o Enem e saiu o ProUni, senti na pele a diferença entre ter condições e não ter. Como eu não tinha computador, precisei fazer todo o processo no computador do meu estágio, o que dificultou e me impediu de conseguir uma bolsa de 100%, mesmo com a nota", explica. Durante a graduação, ela trabalhava dez horas por dia, frequentava a faculdade à noite e pegava cerca de seis ônibus diariamente. Foi nesse período que Karol conheceu seu marido, com quem é casada atualmente e tem dois filhos: Clara, de 10 anos, e Davi, de 3. "Nos conhecemos quando trabalhávamos no projeto de modernização dos arquivos do Tribunal de Justiça do DF, quando ainda éramos estudantes de Direito. Agora além de marido ele é meu sócio", diz.

Aos 30 anos, Karol se tornou a primeira mulher a assumir a administração regional de Taguatinga. Antes disso, ela havia sido eleita diretora da OAB Taguatinga em 2015, dando início à sua atuação ativa na política da Ordem. Desde então, passou a lutar pela advocacia no Congresso Nacional, onde dialogava com deputados e senadores em defesa de melhorias legislativas para a classe. "Reconheceram meu potencial de liderança e me convidaram para assumir a administração regional", explica.

"Antes de assumir cargos de gestão, eu me perguntava: será que existe mesmo todo esse machismo? Cheguei a questionar até vivenciar isso na prática. Muitas pessoas, inclusive, outras mulheres, ainda não aceitam que mulheres ocupem posições de liderança. Já vivi situações, como em reuniões onde falavam diretamente com meu assessor e me ignoravam, não reconhecendo minha posição de comando. Nessas horas, é preciso se posicionar e se impor", diz.

Para Karol, dois grandes desafios assolam a advocacia atualmente: falta de recursos financeiros e desrespeito às prerrogativas. "No início da minha carreira, enfrentei situações que me fizeram pensar em desistir da profissão. Em uma audiência, um juiz chegou a me mandar calar a boca enquanto eu tinha apenas 22 anos e estava grávida. Hoje, coloco meu nome para presidência da OAB-DF, e à disposição da nossa classe. Minha missão é lutar por esses direitos, que senti na pele, porque sou uma advogada que conhece a dor da advocacia. Precisamos trazer nossa visão para a presidência da Ordem, ampliando a perspectiva para incluir quem sabe o que é ser excluído", afirma.

 

postado em 14/11/2024 03:00
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