Candidato à presidência da OAB-DF, o criminalista Cleber Lopes, 52 anos, é advogado de causas de grande repercussão. Como especialista em direito penal, trabalha, como ele diz, para ajudar os pecadores. "E não o pecado", ressalta. Assim, ele é o advogado que representa, por exemplo, a defesa do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco. Este é um de seus vários clientes. Cleber já fez centenas de júris. E foi assim que ele descobriu o direito criminal.
A paixão pela advocacia surgiu quando ele foi convocado para atuar como jurado no Gama. De cara, ficou fascinado pela atuação da defesa. Nem passou por sua cabeça naquele momento prestar um concurso para ser juiz ou promotor. "Sempre fiquei do lado da presa e não do predador", compara, sem negar também a importância das vítimas.
E ele se tornou um advogado de sucesso. Formado pelo Ceub em 1998, com pós-graduação em direito público, atuou por 15 anos como professor de direito penal e de direito processual penal do Centro Universitário UDF e do Ceub. Também na ESA (Escola Superior da Advocacia).
Pela competência, pegou grandes causas, inclusive, representa a defesa do governador Ibaneis Rocha (MDB), dono de uma das maiores bancas de advocacia instaladas em Brasília. Pôde com o crescimento profissional ajudar os pais. Cleber é filho de lavradores de fazendas no interior de Tocantins. Foi o único filho a concluir a universidade. Ele conta que driblou o destino de trabalhar na roça. Aos oito anos, veio para Brasília estudar, morando na casa da irmã mais velha que abriu seu caminho.
Hoje mantém o hábito rural, mas como proprietário de uma fazenda na região de Cocalzinho (GO), a 20 quilômetros de Pirenópolis. Cria cavalos mangalarga marchador, promove leilões da raça e gosta de cavalgar em suas terras, com os filhos, Laura e Cleber Filho.
Os dois seguem o exemplo de Cleber. Laura já trabalha no escritório do pai. É disciplinada com os processos. Chega muitas vezes às 7h e volta para casa depois de 21h. Cleber Filho herdou o nome, mas demorou a seguir a carreira da advocacia. Começou a vida acadêmica estudando agronomia, cursou administração e, enfim, migrou para o direito.
Os filhos também influenciaram os pais. Frequentadores de grupos jovens da igreja São Pedro de Alcântara, no Lago Sul, Laura e Cleber Filho levaram os pais a retomar a frequência nas missas e eventos religiosos.
Nos tempos de campanha à presidência da OAB-DF, Cleber Lopes anda distante da fazenda e diz que sente falta dos cavalos e dos cachorros que cria lá. Ele acha que o momento é de se dedicar ao projeto da advocacia.
Na OAB-DF, ele compôs a banca examinadora da Ordem entre 2003 e 2005. Entre 2007 e 2009, foi conselheiro seccional e presidente da 1ª Turma do Tribunal de Ética da OAB-DF.
Durante a gestão da ex-presidente Estefânia Viveiros, foi membro da Comissão de Seleção. Depois assumiu o cargo de secretário-geral adjunto da OAB-DF e presidente da Comissão de Prerrogativas da seccional.
Também atuou na magistratura, na vaga de advogados como desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal de 2012 a 2015, tendo sido nomeado titular da Corte em 2013. Cleber concorre à presidência da OAB-DF com o número 10, tendo como vice a advogada Gisele Reis.