Três advogados e duas advogadas disputam a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Distrito Federal (OAB-DF). Cleber Lopes, Cristiane Damasceno, Everardo Gueiros, o Vevé, Karolyne Guimarães e Paulo Maurício Siqueira, o Poli, estão no páreo para a gestão no triênio 2025-2027.
A campanha começou oficialmente nesta semana, especialmente com o debate promovido pelo Correio, em parceria com a TV Brasília. O debate, primeiro desta disputa, foi transmitido ao vivo pela emissora e pelas redes sociais do jornal. Foram duas horas de confronto que deu o sinal de como será o embate entre os adversários.
Candidato da situação, Paulo Maurício, o Poli, que tem o apoio do atual presidente, Délio Lins e Silva Júnior, foi o mais atacado. Com o número 1 e a chapa OAB para todos, Poli integra o grupo da cor laranja que está no poder há quase seis anos, em dois mandatos consecutivos. Ele tem a seu lado a advogada e professora Roberta Queiroz. Com a cor verde, a chapa 10, intitulada A Ordem com Voz, Cleber Lopes integra o grupo dos verdes, que esteve no poder na OAB-DF entre 2013 e 2018, com a presidência de Ibaneis Rocha e Juliano Costa Couto. A vice na chapa é a também advogada e professora Gisele Reis.
Os verdes e laranjas se revezam no comando da entidade há mais de duas décadas. Aliado de Poli, o advogado Francisco Caputo, atual conselheiro federal da OAB e candidato à reeleição, presidiu a seccional entre 2010 e 2012. Ele perdeu a reeleição para Ibaneis depois de vencê-lo três anos antes, na sucessão da advogada Estefânia Viveiros, presidente da OAB-DF entre 2004 e 2009.
Hoje Estefânia apoia a candidatura de Cristiane Damasceno, que concorre com as cores azul-claro e rosa, o número 33, e a chapa Inovar a Ordem. Cris, como é chamada pelos advogados e advogadas, é uma dissidência dos laranjas. Ela foi vice-presidente da Ordem no primeiro mandato de Délio, entre 2019 e 2021, e se elegeu conselheira federal no mesmo grupo para a gestão 2022-2024. Mas, depois de acertar uma aliança com Cleber Lopes, acabou decidindo lançar candidatura própria. Cris concorre tendo a seu lado o criminalista Alexandre Queiroz.
A candidatura de Everardo Gueiros, o Vevé, também é uma dissidência, só que dos verdes. Ele integrava o grupo hoje sob a liderança de Cleber Lopes, mas buscava ser o cabeça da chapa. Sem conseguir viabilizar seu projeto, decidiu unir aliados para abrir uma nova frente, a Coragem para Mudar. Ele concorre com o número 20, a cor azul, e a chapa 33. Tem como vice a advogada Rute Raquel, especialista em atuação em júris.
A quinta candidatura é de uma outsider desses grupos. Com a cor preta e o número 99, a advogada Karolyne Guimarães concorre com a chapa A OAB que eu preciso. Ela tem a seu lado, como concorrente a vice-presidente, o advogado Antônio Gomes, procurador de Justiça aposentado, ex-presidente da Terracap. Como o vice, Karolyne também teve cargos no Executivo. Ela foi administradora regional de Taguatinga e subsecretária de Saúde, nos governos de Rodrigo Rollemberg e Ibaneis Rocha.
A eleição será em 17 de novembro. Até lá, os candidatos vão se apresentar aos advogados e advogadas com promessas e compromissos que sempre surgem em campanhas para o comando da entidade: defesa das prerrogativas, redução da anuidade, projetos para valorização de novos profissionais e para os idosos. Mas, como toda eleição, vence quem tem mais condições de encantar o eleitorado.
O que dizem os candidatos
Cleber Lopes — "Minha trajetória de 25 anos é totalmente transparente, sem qualquer comprometimento de minha integridade ou independência. Minha candidatura não foi escolhida pelo governador, mas pelos advogados do Distrito Federal, que rejeitam a omissão e ineficácia de uma gestão incapaz de cumprir suas obrigações constitucionais"
Cris Damasceno — "A OAB precisa se reestruturar para defender melhor as prerrogativas dos advogados. Uma de suas principais propostas é implementar uma governança eficiente, assegurando o uso adequado dos recursos e permitindo a contratação de profissionais capacitados, além da atuação de eleitos, para uma fiscalização mais rigorosa"
Everardo Gueiros, Vevé — "Quero propor uma OAB-DF inclusiva e mais próxima dos profissionais de direito. Que você (advogado) possa chegar e se sentir na sua casa, sem precisar se identificar, você vai entrar e ser acolhido e recebido. Eu estou pronto e preparado para liderar as mudanças necessárias nesta quadra tão difícil que está ocorrendo em nosso país"
Karolyne Guimarães — "Estamos lutando contra um sistema muito forte. Eles não querem largar a presidência da Ordem. Estou aqui como um milagre. Quero deixar muito claro que estamos tratando de dois lados: o nosso lado, dos 99% excluídos da advocacia, e o lado das panelinhas e grupinhos, que não querem sair da presidência da Ordem por nada"
Paulo Maurício, Poli — "Nós já trabalhamos com a melhor anuidade do Brasil e pensamos no futuro. Vamos trazer a Agência de Desenvolvimento da Advocacia, para você ter mais sucesso na sua profissão e vamos ter uma linha de crédito pensando na estrutura de trabalho. Vamos, ainda, ampliar a subseção do Gama e criar uma nova Caixa de Assistência"