Na segunda-feira (26/4), o The Hollywood Reporter divulgou que o coreógrafo e dançarino Wade Robson sofreu mais uma derrota nos tribunais, o júri decidiu pela absolvição de Michael Jackson no caso de abuso sexual infantil.
O processo de Wade contra o artista foi arquivado pelo juiz Mark A. Youg, do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, Estados Unidos. Robson havia processado o espólio de Michael em 2013, alegando que o astro havia abusado sexualmente dele por quase uma década e que suas empresas, a MJJ Productions e a MJJ Ventures, facilitaram o crime.
A defesa argumentou que as empresas não teriam qualquer obrigação e habilidade de controlar o comportamento de Jackson, e que, consequentemente, não tinham como protegê-lo dos supostos abusos.
"Não há nenhuma evidência que apoie a alegação do requerente de que os réus exerceram controle sobre Jackson. A evidência demonstra ainda que os réus não tinham capacidade legal para controlar Jackson, porque Jackson tinha propriedade total e completa dos réus corporativos. Sem controle, não há relação ou dever especial entre os réus e o requerente. Além disso, não há evidência de abuso por parte do réu".
Mark A. Youg
O processo de Wade Robson já havia sido rejeitado previamente em dezembro de 2017, com um juiz concluindo que foi aberto fora do estatuto de limitações. Entretanto, o caso foi reaberto em 2020, após uma lei emitida na Califórnia, localizado na região dos estados do Pacífico, aumentar o tempo para expedição de alegações de crimes sexuais no estado, de 26 para 40 anos.
Em resposta à decisão, os representantes do espólio do Rei do pop, Howard Weitzman e Jonathan Steinsapir, emitiram um comunicado oficial sobre o assunto: "Wade Robson passou os últimos oito anos perseguindo acusações frívolas em diferentes processos contra as empresas de Michael Jackson e seus associados. Robson apresentou cerca de três dúzias de depoimentos e apresentou centenas de milhares de documentos tentando provar suas acusações, porém mais uma vez um juiz argumentou que suas acusações não são fundamentadas, que nenhum julgamento é necessário e que ele anula o último caso seja arquivado", declarou.
Em defesa, o advogado de Wade, Vince Finaldi, também emitiu um comunicado e demonstrou que o seu cliente não pretende abandonar o caso e que apelará da decisão do juiz.
"Esta decisão do juiz Mark A. Young sofre das mesmas falhas fatais que a decisão do juiz anterior Mitchell Beckloff, que pudemos anular na apelação. Por este motivo, iremos apelar ao Tribunal de Recurso e ao Supremo Tribunal, se necessário. Se permitido, a decisão estabeleceria um precedente perigoso que deixaria milhares de crianças que trabalham na indústria do entretenimento vulneráveis a abusos sexuais por pessoas em posições de poder. As crianças de nosso estado merecem proteção, e não vamos parar de lutar até garantir que todas as crianças estejam seguras", afirmou.
Wade Robson, agora com 38 anos, foi um dos participantes do polêmico documentário Leaving Neverland, de 2019, o longa é focado no depoimento de dois homens, Robson e James Safechuck, que afirmam que Jackson abusou deles quando eram crianças. O filme foi dirigido pelo cineasta britânico Dan Reed.
Na época representantes do legado do artista, que morreu em 2009, disseram que as acusações são uma "tentativa patética de conseguir dinheiro fácil com o nome de Michael Jackson". Entretanto, o coreógrafo tem trabalhado efetivamente para provar a culpa do cantor e alertar sobre os perigos dos maus-tratos infantis.
Confira abaixo, o trailer do polêmico documentário:
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.